O Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas de São Paulo (SindimotoSP) divulgou nota nesta quinta-feira (4) em que contesta a composição do grupo de trabalho criado pelo governo federal para discutir novas normas trabalhistas para entregadores de aplicativos.
De acordo com o texto, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, teria deixado a entidade sindical de fora das discussões e favorecido associações que, segundo o sindicato, “não possuem legitimidade constitucional” para representar a categoria.
Reclamação sobre ausência em reunião no TST
O SindimotoSP afirma não ter sido convidado para a reunião realizada no Tribunal Superior do Trabalho (TST), que contou com a presença do presidente da Corte, do ministro do Trabalho e do próprio Boulos. No encontro, associações foram chamadas para falar em nome dos trabalhadores.
A entidade se apresenta como o maior sindicato mundial na área de motofrete e mensageiros ciclistas e classifica a exclusão como violação ao sistema sindical previsto na Constituição de 1988. O comunicado ressalta que representação de trabalhadores deve ser exercida por sindicatos formalmente registrados, com base territorial definida e dirigentes eleitos.
Críticas a vídeo e repetição de episódios
O sindicato também reprovou a divulgação de um vídeo em que Boulos aparece ao lado de representantes de associações anunciando a criação do grupo de trabalho. Conforme o SindimotoSP, o episódio repete situação anterior, na qual sindicatos teriam sido impedidos de participar de audiência pública sobre o mesmo tema.
“A vida do trabalhador não cabe em 15 segundos de vídeo”, destaca a nota, acrescentando que negociação coletiva “não é palco de likes”. A entidade sustenta que qualquer debate ou acordo sem participação sindical atenta contra a representatividade democrática e a segurança jurídica nas relações de trabalho.
Disposição para dialogar
Apesar das críticas, o SindimotoSP afirma manter-se aberto ao diálogo com órgãos públicos e privados, desde que seja respeitada a representação prevista na Constituição. O sindicato conclui o comunicado garantindo que continuará defendendo os interesses da categoria construída “ao longo de décadas de luta e organização”.
Com informações de Direita Online