Homens armados atacaram a Igreja Querubim e Serafim, em Ejiba, Área de Governo Local de Yagba West, no estado de Kogi, na Nigéria, na manhã de domingo (30). Durante a invasão, o pastor Orlando, sua esposa e diversos fiéis foram levados pelos criminosos.
De acordo com o testemunho de Adegboyega Oguns, que participava do culto, o pânico se instalou assim que os agressores entraram no templo, obrigando os presentes a correr para uma área de mata próxima. Muitos dos sequestrados contribuíram para a construção da igreja, inaugurada recentemente.
O número exato de vítimas ainda não foi definido. Famílias continuam tentando localizar parentes que se dispersaram durante o ataque, informou a organização International Christian Concern (ICC).
Em nota oficial, o governo de Kogi classificou a ação como “inaceitável” e afirmou ter mobilizado forças de segurança para perseguir os responsáveis, além de concentrar esforços no resgate dos reféns.
Padrão de violência contínua
Menos de 24 horas antes, outro grupo armado havia atacado viajantes na vizinha Área de Governo Local de Yagba Leste, sequestrando vários passageiros e roubando pertences. Os incidentes sucessivos ampliaram a sensação de insegurança na região central da Nigéria.
Relatórios de líderes cristãos e analistas de segurança indicam que sequestros de pastores, membros de igrejas e famílias cristãs tornaram-se frequentes no centro e no noroeste do país. Segundo a Lista Mundial de Vigilância 2024 da missão Portas Abertas, mais de 4.100 cristãos foram raptados na Nigéria no ano passado, o maior número registrado em qualquer nação.
Embora autoridades nigerianas neguem perseguição religiosa direcionada, moradores de Ejiba afirmam que templos continuam sendo alvos preferenciais, especialmente durante os cultos. Casos semelhantes já foram registrados nos estados de Kaduna, Níger, Zamfara, Benue, Plateau e Kogi.
Impacto nas atividades locais
Após o ataque, muitas famílias permaneceram em casa e reuniões previstas para a semana foram canceladas. Pais demonstram receio de permitir a participação de crianças em eventos noturnos da igreja.
Entidades de defesa dos direitos cristãos alertam que grupos armados se aproveitam da limitada presença policial nas áreas rurais. Mais de 50 comunidades cristãs relataram sequestros em massa nos últimos 12 meses, conforme levantamentos de organizações de direitos humanos.
Este foi o segundo atentado em Yagba em um único dia, somando-se a vários outros registrados recentemente na região central do país.
Com informações de Folha Gospel
