Bruxelas, 4 de dezembro de 2025 – A Comissão Europeia apresentou nesta quinta-feira (4) um plano de ação que reúne 19 iniciativas para conter o avanço do narcotráfico no bloco. O pacote prevê desde o reforço da inteligência policial até a criação de ferramentas para evitar o recrutamento de jovens por organizações criminosas.
“A Europa está chegando a um ponto de crise”, declarou o comissário europeu para Assuntos Internos e Migração, Magnus Brunner, ao detalhar as medidas. Segundo ele, o objetivo é promover “uma ação urgente para mudar de rumo”.
Principais eixos do plano
O texto parte do diagnóstico de que o tráfico de drogas representa uma “ameaça substancial e persistente” para a segurança dos 27 Estados-membros, que funcionam como rota de passagem, produção e consumo. Entre as ações anunciadas estão:
- Plataforma de prevenção: ferramenta destinada a impedir que redes criminosas recrutem menores, especialmente em áreas social ou economicamente vulneráveis. O sistema também abordará o aliciamento por meio de redes sociais.
- Base europeia de novas substâncias: banco de dados comum para auxiliar autoridades a identificar drogas sintéticas emergentes e seus precursores.
- Manual de desmantelamento de laboratórios: guia padronizado para operações contra centros de produção ilícita.
- Apoio ampliado de Frontex e Europol: intensificação de operações conjuntas, inclusive no Centro de Análise e Operações Marítimas de Narcóticos, com foco no tráfico por via marítima.
- Campus de segurança e inovação: instalação prevista para 2026, dedicada a pesquisas sobre combate a drogas.
Estatísticas que impulsionaram a iniciativa
Dados da Comissão mostram que, somente em 2023, autoridades europeias apreenderam 419 toneladas de cocaína e desmantelaram cerca de 500 laboratórios de drogas sintéticas. Metade das redes criminosas consideradas mais perigosas no bloco atua no tráfico de entorpecentes.
Cinco áreas de atuação
O plano concentra-se em cinco frentes:
- Preparação e resposta: melhoria da coleta de dados, monitoramento e alerta precoce, com maior participação da Agência da UE para as Drogas.
- Proteção à saúde pública: fortalecimento de ações de prevenção, tratamento e reintegração de dependentes.
- Reforço da segurança: normas mais rígidas contra o crime organizado e cooperação público-privada para detectar drogas enviadas por serviços postais e de encomendas, além de uma nova estratégia portuária.
- Redução de danos: iniciativas para mitigar os impactos sociais e de saúde relacionados ao consumo.
- Cooperação internacional: ampliação de parcerias, sobretudo com países da América Latina, para troca de informações e assistência técnica.
As propostas seguem agora para discussão entre os governos nacionais e o Parlamento Europeu, que deverão examinar e aprovar os detalhes de implementação.
Com informações de Gazeta do Povo