A vitória do deputado estadual Zohran Mamdani (Democrata) para a prefeitura de Nova York, em novembro de 2025, colocou pela primeira vez os Socialistas Democráticos da América (DSA) no comando da maior cidade dos Estados Unidos. Animado pelo resultado, o grupo de esquerda já traça metas ambiciosas para as eleições municipais, estaduais e federais de 2026.
Expansão rápida
Segundo a revista Rolling Stone, o DSA reúne hoje mais de 250 ocupantes de cargos eletivos em 40 estados, número que cresceu 90% desde 2019. A organização, suprapartidária, concentra suas figuras mais conhecidas dentro do Partido Democrata, caso de Mamdani e da deputada federal Alexandria Ocasio-Cortez.
Agenda: congelar aluguéis e cortar verba policial
Entre as bandeiras defendidas estão o congelamento de aluguéis — proposta central da campanha de Mamdani — e a redução gradual, até zerar, dos orçamentos destinados às forças policiais. O DSA também acusa Israel de cometer genocídio na Faixa de Gaza.
Organização “como um partido”
Em entrevista à NBC, Kareem Elrefai, do comitê político nacional do DSA, afirmou que a sigla “não é um partido, mas funciona como um”. Para ele, o foco está na mobilização da classe trabalhadora para mudar a estrutura econômica dos EUA.
Crescimento em Nova York
Grace Mausser, copresidente do DSA nova-iorquino e assessora do prefeito eleito, disse à revista The American Prospect que a ala local saltou para cerca de 10,5 mil membros após as primárias democratas vencidas por Mamdani, em junho. “Todos estão muito animados para ver o que faremos em 2026”, afirmou.
Meta: maioria em Los Angeles até 2028
Em Los Angeles, onde quatro socialistas foram eleitos para a Câmara Municipal desde 2020, o DSA pretende conquistar mais duas cadeiras na eleição municipal de junho de 2026. O objetivo é alcançar maioria de oito dos 15 assentos em 2028, disse Benina Stern, copresidente local do movimento.
Investida na Câmara dos Representantes
No Congresso, o DSA ocupa atualmente três cadeiras e projeta ampliar a bancada. Um dos nomes é Etienne Rosas, americano de ascendência mexicana que disputará, em março, as primárias democratas no Texas contra o deputado Vicente Gonzalez Jr. Em vídeo de lançamento, Rosas prometeu jamais “ser amigável com o ICE” (agência de imigração), nem aceitar “dinheiro de lobistas israelenses”.
Reação de empresários e policiais
A expansão preocupa sindicatos de policiais e entidades empresariais. Stuart Waldman, presidente da Associação da Indústria e do Comércio do Vale de São Fernando, afirmou ao Los Angeles Times que propostas como salário mínimo de US$ 30 por hora para hoteleiros e US$ 32,35 para construção civil inviabilizam novos empreendimentos. Já o sindicato dos policiais de Los Angeles acusa o DSA de buscar atrair moradores com pautas como “acessibilidade, opressão e justiça” para depois cortar integralmente os orçamentos das forças de segurança.
Com as urnas de 2026 no horizonte, o DSA aposta no impulso obtido em Nova York para aumentar sua presença em todo o território norte-americano.
Com informações de Gazeta do Povo