Uma investigação divulgada nesta segunda-feira (1º) pelo jornal nicaraguense Confidencial aponta que o governo de Daniel Ortega confiscou, entre fevereiro de 2022 e novembro de 2025, ao menos 39 propriedades pertencentes à Igreja Católica, avaliadas em mais de US$ 9 milhões.
Segundo o levantamento, foram tomadas oito escolas, seis campi universitários, oito residências religiosas, oito terrenos ou fazendas, três centros pastorais e quatro projetos sociais voltados a comunidades vulneráveis.
O montante de US$ 9 milhões refere-se apenas a cinco dos imóveis localizados na capital, em Matagalpa e no município de Jinotega. O valor real seria maior, pois não inclui reformas, jardins, cafezais, arquivos, bibliotecas, mobiliário histórico, relíquias e imagens sacras também incorporados pelo Estado.
Entre as propriedades destacadas está o Seminário São Luís Gonzaga, em Matagalpa, estimado em mais de US$ 3 milhões com base no preço médio do metro quadrado informado por um corretor que preferiu não se identificar.
Após o confisco, vários locais passaram a abrigar iniciativas do governo. O Centro Pastoral Diocesano La Cartuja, na comunidade de Molino Norte (Matagalpa), tomado em janeiro, foi transformado em extensão da Universidade Nacional Agrária (UNA).
A escalada de apreensões faz parte da repressão intensificada pelo regime sandinista contra a Igreja desde 2018, quando líderes religiosos apoiaram protestos pró-democracia. Além da tomada de bens, a ofensiva inclui fechamento de instituições católicas, prisões, expulsões de religiosos e restrições a atividades pastorais.
Com informações de Gazeta do Povo