Brasília, 29 nov. 2025 – O governo da Venezuela classificou como “ameaça colonialista” a orientação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que o espaço aéreo venezuelano seja considerado completamente fechado.
A reação foi divulgada neste sábado (29) pelo chanceler Yván Gil, por meio de seu canal no Telegram. No texto, Caracas descreve a medida norte-americana como “ato hostil, unilateral e arbitrário” e afirma que “não reconhecerá ordens, ameaças ou ingerências” de Washington.
Alerta de Trump
Horas antes, Trump publicou na rede Truth Social mensagem dirigida a companhias aéreas, pilotos, narcotraficantes e traficantes: “Pedimos que considerem que o espaço aéreo sobre a Venezuela e seus arredores permanecerá completamente fechado.”
O comunicado surgiu em meio ao aumento da presença militar dos EUA no Caribe, que inclui o deslocamento do porta-aviões USS Gerald R. Ford, mais de uma dezena de embarcações, aeronaves de combate e cerca de 12 mil militares para operações de combate ao narcotráfico.
Argumentos de Caracas
No documento, o governo de Nicolás Maduro acusa Washington de tentar exercer pressão política por meio de “medidas extravagantes, ilegais e injustificadas” e cita o Artigo 1º da Convenção de Chicago de 1944, que reconhece a soberania dos Estados sobre o espaço aéreo de seus territórios.
Gil ainda reclama da suspensão dos voos de deportação de migrantes venezuelanos, que, segundo ele, ocorreram regularmente ao longo de 2025: 75 viagens, transportando quase 14 mil repatriados.
Ao final, Caracas conclama a Organização das Nações Unidas, governos soberanos e organismos multilaterais a condenarem a iniciativa dos EUA, que, na visão venezuelana, representa “ameaça à paz continental e à soberania da Venezuela, do Caribe e do norte da América do Sul”.
Com informações de Gazeta do Povo