Mais de seis milhões de hondurenhos vão às urnas neste domingo, 30 de novembro, para escolher o próximo presidente e definir se o país permanecerá sob o comando do partido de esquerda Liberdade e Refundação (Libre) ou se voltará às mãos dos conservadores Nacional e Liberal. A votação ocorre em meio a denúncias de fraude, questionamentos sobre a transparência do processo e temor de violência.
Na véspera do pleito, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou apoio público a Nasry Asfura, do Partido Nacional. O republicano descreveu o candidato como “único verdadeiro amigo da liberdade em Honduras” e chamou seus principais adversários, Rixi Moncada (Libre) e Salvador Nasralla (Partido Liberal), de “comunistas”. Trump também alertou para o risco de o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ampliar influência no país centro-americano.
Clima de tensão e denúncias
A campanha foi marcada por suspeitas de fraude, investigações abertas pelo Ministério Público contra autoridades eleitorais e possível interferência das Forças Armadas. Organizações como ONU, OEA e União Europeia pediram garantias de independência ao órgão eleitoral hondurenho.
O pleito escolherá o sucessor da presidente Xiomara Castro em 27 de janeiro de 2026. Cinco partidos apresentam quatro candidatos:
- Rixi Moncada (Libre) – ex-ministra de Trabalho, Finanças e Defesa; defende ruptura com o “modelo neoliberal”, reforma tributária para taxar grandes fortunas, criação de estatais estratégicas e mudanças constitucionais no Judiciário.
- Nasry Asfura (Partido Nacional) – engenheiro, ex-prefeito do Distrito Central, conhecido como “Papi, a su orden”; propõe parcerias público-privadas, economia de livre mercado e fortalecimento das forças de segurança.
- Salvador Nasralla (Partido Liberal) – engenheiro e apresentador de TV de 72 anos, em sua quarta tentativa presidencial; baseia a campanha no combate à corrupção, com proposta de comissão internacional, e defende atração de investimentos externos.
Fatores econômicos e sociais
Pobreza (que atinge mais de 60% da população), desemprego, insegurança e corrupção são apontados por organizações civis como os principais temas que podem influenciar o voto. Descrédito com a classe política levou Nacional e Liberal, tradicionais siglas do país, a prometer “retomada da governabilidade” após o ciclo iniciado por Castro em 2022.
A disputa deste domingo será observada de perto pela comunidade internacional, enquanto eleitores decidirem se apostam na continuidade do projeto liderado por Xiomara Castro ou entregam o poder à oposição conservadora fortalecida pelo apoio de Trump.
Com informações de Gazeta do Povo