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França lançará serviço militar voluntário de 10 meses para jovens a partir de 2026

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Paris — O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta quinta-feira (27) a criação de um serviço militar voluntário de 10 meses, destinado a jovens de 18 e 19 anos, com início previsto para o verão de 2026.

O programa começará com 3 mil recrutas e poderá chegar a 10 mil em 2030. Caso o nível de ameaça aumente, o contingente poderá ser ampliado para até 50 mil participantes em 2035, explicou Macron durante discurso no quartel de Varces, nos Alpes franceses.

Serviço restrito ao território nacional

Segundo o presidente, os voluntários atuarão exclusivamente em missões dentro da França. A seleção ficará a cargo do Exército, que escolherá os candidatos mais motivados e adequados às necessidades das Forças Armadas.

O primeiro mês será dedicado à formação geral, com instruções de disciplina, marcha e manejo básico de armas. Nos nove meses seguintes, os jovens serão incorporados a unidades militares regulares, mas sem participar de operações no exterior.

Custo e financiamento

O programa deverá consumir mais de 2 bilhões de euros, valor que será coberto pelo aumento do orçamento de defesa previsto na lei de programação militar de 2026 a 2030. Macron lembrou que, entre 2017 e 2027, os recursos destinados às Forças Armadas francesas passarão de 32 bilhões para 64 bilhões de euros.

Salário e futuro dos recrutas

Os voluntários receberão fardamento, equipamentos e um salário ainda não divulgado oficialmente. A imprensa local estima remuneração em torno de 1 000 euros mensais. Após o período de 10 meses, os jovens poderão retomar os estudos, ingressar no mercado de trabalho com apoio do Exército ou integrar a reserva operacional.

Reforço da reserva

Um dos objetivos do novo serviço é ampliar a reserva militar francesa, atualmente com cerca de 45 mil integrantes, para 80 mil até 2030. Dessa forma, o governo pretende consolidar um modelo híbrido de Forças Armadas, combinando profissionais de carreira e reservistas.

Sem retorno ao serviço obrigatório

Macron descartou restabelecer o serviço militar compulsório, extinto em 1996, ressaltando que o formato não atende às necessidades atuais de defesa. Ele admitiu, contudo, que o Parlamento poderia impor a obrigatoriedade em circunstâncias excepcionais.

Com informações de Gazeta do Povo