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Estados Unidos pressionam Honduras na OEA para garantir eleições livres após acusações de fraude

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Washington, 25 nov. 2025 – O governo dos Estados Unidos conseguiu convocar, para esta terça-feira (25), uma reunião extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) a fim de discutir denúncias de fraude nas eleições hondurenhas, previstas para 30 de novembro.

O subsecretário de Estado norte-americano, Christopher Landau, participa do encontro com o objetivo de pedir que a presidente Xiomara Castro assegure um pleito “livre, transparente e independente”. Argentina, Paraguai, Equador e Bolívia apoiaram a iniciativa de Washington.

Preocupação internacional

Nações Unidas, União Europeia, diversos governos das Américas e da Europa, além de entidades de direitos humanos, já haviam cobrado das autoridades hondurenhas o funcionamento autônomo do órgão eleitoral e o respeito às normas democráticas.

Acusações de interferência

As suspeitas concentram-se na suposta ingerência da Procuradoria-Geral da República, que teria aberto investigações contra altos funcionários do sistema eleitoral, e na participação das Forças Armadas em atribuições que cabem ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O Ministério Público é acusado de ameaçar prender servidores do setor, enquanto militares teriam atuado em processos sob responsabilidade civil.

Pressão de Washington

A administração Donald Trump teme que Honduras repita o cenário venezuelano, ampliando o número de regimes autoritários na região. Mesmo com a tentativa de Xiomara Castro – apoiada por Brasil, Colômbia e México – de barrar o debate, os Estados Unidos garantiram a realização da sessão da OEA.

Após o fracasso do boicote, a presidente hondurenha determinou que dois de seus aliados se apresentem à organização: Marlon Ochoa, conselheiro do CNE, e Mario Morazán, integrante do Tribunal de Justiça Eleitoral (TJE).

Denúncias formais

Documentos entregues à OEA relatam pressões do Executivo sobre o Tribunal Eleitoral. O presidente do órgão, Mario Alberto Flores Urrutia, cita ações de assédio político que incluem:

  • recusa de parlamentares governistas em votar no plenário do Congresso;
  • declarações públicas consideradas difamatórias contra o processo eleitoral;
  • entrada irregular de membros do Ministério Público nas instalações do TJE.

As cartas também apontam que o Congresso permanece em recesso, supostamente em desacordo com o Artigo 189 da Constituição, e mencionam a criação de uma “comissão permanente” que, segundo a denúncia, buscaria substituir o Poder Legislativo, violando o Artigo 4º sobre a independência entre os poderes.

Brasil, Colômbia e México alinharam-se a Xiomara Castro ao defender a suspensão da sessão extraordinária, mas a proposta não avançou.

A votação presidencial está marcada para 30 de novembro, e a comunidade internacional aguarda os desdobramentos da reunião da OEA para avaliar os próximos passos.

Com informações de Gazeta do Povo