O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), comunicou ao líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que não pretende mais manter qualquer tipo de cooperação política. A mensagem foi enviada por WhatsApp às 2h da madrugada da semana passada, com a frase: “Não conte mais comigo para nada”.
Segundo a Folha de S.Paulo, Cavalcante respondeu que, em respeito à amizade, preferia não comentar. Desde então, os dois parlamentares não se falam.
Segundo rompimento em uma semana
O distanciamento com Sóstenes ocorre poucos dias após Motta declarar, em 24 de junho, que também não tinha mais interesse em dialogar com Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Casa. Trata-se, portanto, do segundo rompimento do presidente da Câmara com lideranças partidárias em menos de uma semana.
Pivô da crise
O atrito mais recente foi provocado pelas discussões do projeto de lei antifacção, aprovado na Câmara na semana passada. O texto pretendia equiparar facções criminosas a organizações terroristas.
Durante as negociações, Lindbergh Farias contestou a escolha do relator, Guilherme Derrite (PP-SP). Paralelamente, Sóstenes Cavalcante apresentou divergências e, após Derrite retirar o trecho que associava facções ao terrorismo para evitar impasse, o líder do PL protocolou um destaque para reinserir o dispositivo.
Reunião tensa com lideranças
Em reunião que contou com outras lideranças e a presença do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO), favorável à inclusão do tema, Motta pediu a Sóstenes que retirasse o destaque. A conversa ficou acalorada. De acordo com a reportagem, Cavalcante questionou: “E o que você me oferece em troca? Coloca o projeto do Danilo Fortes sobre antiterrorismo para votar?”. Sem acordo, o destaque foi mantido pelo líder do PL.
Decisão no plenário e ruptura
No plenário, Motta barrou de ofício a proposta de Sóstenes, alegando inconstitucionalidade, e manteve o trecho fora do texto final. Na madrugada seguinte, enviou a mensagem formalizando o rompimento.
A interlocutores, o presidente da Câmara afirmou respeitar Sóstenes, mas criticou o comportamento dele e de Lindbergh, dizendo que ambos “adoram gerar caos semanal” nas votações, o que, segundo Motta, provoca desgaste desnecessário para a Casa. Apesar das críticas, ressaltou que os dois parlamentares mantêm relação de amizade e, na visão dele, chegam a combinar o momento dos embates para garantir visibilidade na mídia.
Com a ruptura oficializada, não há previsão de reaproximação entre Motta e o líder do PL.
Com informações de Direita Online