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Maduro vive em tensão e teme ser alvo de traição ou ataque dos EUA, dizem ex-integrantes do regime

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Ex-funcionários do governo venezuelano afirmam que o presidente Nicolás Maduro passa por um período de forte apreensão desde que os Estados Unidos intensificaram a presença militar no Mar do Caribe. Segundo relato ao jornal britânico The Telegraph, o líder chavista teme ser morto por uma conspiração dentro de seu círculo mais próximo ou por uma ofensiva surpresa norte-americana.

De acordo com uma fonte que já integrou o Partido Socialista Unido da Venezuela, a suspeita de que alguém de confiança possa entregá-lo ganhou força após o governo Donald Trump classificar o país como “narco-estado”, em razão do suposto vínculo de autoridades com o Cartel de los Soles. A recente inclusão da organização criminosa na lista de grupos terroristas estrangeiros abre caminho para que o Pentágono ataque alvos ligados a Maduro dentro do território venezuelano.

Insônia no Palácio de Miraflores

James Story, último embaixador dos EUA na Venezuela, declarou ao The Telegraph que “Maduro certamente não tem dormido bem”. Na semana passada, veículos de imprensa dos EUA informaram que Trump autorizou operações sigilosas para ampliar a pressão sobre Caracas.

Contato direto com Washington

Apesar das ameaças, Maduro mantém presença constante em eventos públicos, nos quais condena a movimentação militar americana e pede apoio de aliados internos e externos. Ele chegou a sugerir uma conversa “cara a cara” com Trump para tentar diminuir a tensão regional e reforçar sua sustentação política.

Para Victor Mijares, especialista em forças armadas venezuelanas da Universidade dos Andes, na Colômbia, a possibilidade de um canal direto entre os dois líderes pode alimentar desconfiança entre os fiéis ao chavismo e precipitar uma traição. O analista classifica a oferta de diálogo feita por Trump como um “presente envenenado”.

Estrutura para evitar levantes

Andrés Izarra, ex-ministro do Turismo que se afastou do regime e vive no exílio, afirmou que o núcleo de poder permanece coeso porque altos funcionários não enxergam alternativa para manter seus privilégios. Segundo ele, as Forças Armadas foram deliberadamente organizadas para impedir golpes: comunicações são restritas e os soldados, vigiados de perto para coibir conspirações.

Aliados de Maduro acreditam que uma mudança de governo resultaria em perseguição generalizada a colaboradores do presidente em diferentes níveis da administração.

Com informações de Gazeta do Povo