Um evangélico de 34 anos identificado como Ismael Lopes foi retirado pela polícia na noite de sábado (22) depois de provocar confusão durante uma vigília organizada para rezar pela saúde e pela liberdade do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lopes se apresentou como representante de um movimento evangélico, conseguiu o microfone e citou uma passagem bíblica sobre quem cava covas acabar caindo nelas. Na sequência, declarou que Bolsonaro deveria ser condenado por ter “aberto 700 mil covas” durante a pandemia de Covid-19. Irritados, participantes o expulsaram, e a polícia precisou escoltá-lo para fora do local.
Militância e cargos no governo
Nascido no Rio de Janeiro e morador de Brasília há três anos, Ismael Lopes se define nas redes sociais como comunista e “radical de esquerda”. Ele integra o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) e ostenta, em sua foto de capa no Facebook, ilustrações de Marx, Lenin, Stalin e Mao, além do símbolo da foice e do martelo acompanhado da frase “Amor ao próximo só é possível com ódio de classe”.
Suas conexões com o governo federal incluem participação no Conselho de Participação Social da Presidência da República, o Conselhão. Entre agosto de 2023 e janeiro de 2024, ocupou cargo comissionado de coordenador no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos.
Ligação com Janja e articulação entre evangélicos
Lopes é um dos coordenadores da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, organização que promove encontros da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, com líderes religiosos em diversos estados como parte da preparação para as eleições de 2026. O grupo celebrou recentemente a indicação do petista Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal, chamando o futuro ministro de “irmão em Cristo”.
O militante também mantém interlocução com quadros do PSOL e do PT. Já participou de campanhas de Marcelo Freixo e presta apoio público ao deputado federal Glauber Braga, a quem comparou a passagens do livro de Isaías ao justificar jejuns e vigílias promovidos pelo parlamentar.
Formado em Teologia e conhecido entre apoiadores como “Irmão Isma”, ele afirma que foi à vigília para “acabar com a instrumentalização da fé” por parte dos bolsonaristas, mesmo sabendo que poderia sofrer agressões.
Com informações de Gazeta do Povo