Brasília — 23 nov. 2025 — O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou retirar a tornozeleira eletrônica “num momento de explosão, de revolta e indignação”, descartando a hipótese de fuga. A declaração foi feita na noite de sábado (22), durante vigília de apoiadores na capital federal, poucas horas após a prisão preventiva do ex-chefe do Executivo.
“Como eu não falei com ele, não sei o que aconteceu de verdade. Vi o vídeo pela imprensa. Para mim, foi um momento de explosão”, disse o parlamentar. Segundo Flávio, o pai teria se sentido “envergonhado” diante de familiares e “humilhado” pelo uso do equipamento.
“Quem quer fugir não volta para dormir”, afirma senador
O filho mais velho do ex-presidente sustentou que Jair Bolsonaro estava ciente de que qualquer manipulação do dispositivo geraria alerta imediato. De acordo com o senador, agentes da Polícia Federal chegaram ao local em menos de 40 minutos, instalaram uma nova tornozeleira e, em seguida, o ex-presidente “foi dormir”. “Quem quer fugir faz isso e volta para a cama? Não tem lógica”, argumentou.
Flávio também criticou o nível de vigilância imposto ao pai nos últimos meses, citando câmeras 24 horas e presença constante de agentes. “É um aparato que nem os bandidos mais perigosos deste país têm”, declarou.
Críticas a Alexandre de Moraes
O senador classificou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes como descolada do episódio da tornozeleira. Para ele, a prisão preventiva apenas “antecipou” um movimento já previsto pelo magistrado e buscou “criminalizar” a vigília, que Flávio descreveu como “ato religioso e inofensivo”.
Situação judicial do ex-presidente
Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã de sábado (22) por suposto risco de fuga e tentativa de violação do monitor eletrônico. Moraes apontou a possibilidade de o ex-presidente buscar refúgio na Embaixada dos Estados Unidos, localizada a aproximadamente 13 quilômetros do condomínio onde mora em Brasília.
O ex-presidente tem audiência de custódia marcada para as 12h deste domingo (23) na Superintendência Regional da Polícia Federal do Distrito Federal. Ele foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por, segundo a Justiça, liderar um plano para permanecer no poder após as eleições de 2022. A prisão preventiva, contudo, não inicia o cumprimento da pena.
Com informações de Gazeta do Povo