A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados anunciou neste sábado (22) que protocolará uma representação na Procuradoria-Geral da República contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O partido requer apuração sobre a convocação de uma vigília de oração pela saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), feita pelo parlamentar nas redes sociais na sexta-feira (21).
O pedido dos deputados sustenta que o ato, realizado na noite de sábado (22) nos arredores do condomínio onde o ex-chefe do Executivo cumpre prisão domiciliar, poderia ter sido utilizado para mobilizar apoiadores com a finalidade de facilitar fuga, provocar aglomeração e gerar tumulto, dificultando o trabalho da Polícia Federal e da Polícia Penal do Distrito Federal.
No documento, os parlamentares pedem que Flávio seja investigado por incitação ao crime, obstrução de justiça, ações contra o Estado Democrático de Direito e eventual facilitação de evasão de pessoa submetida a medida cautelar. Também solicitam análise sobre possível participação reiterada em organização criminosa, alegando que o senador repetiria um modus operandi atribuído ao grupo investigado em decisões judiciais.
A convocação da vigília foi citada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, na decisão que decretou a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. Moraes classificou o evento como uma “convocação de manifestantes disfarçada” e associou o episódio à violação da tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente, afirmando que o dano ao equipamento gerava “altíssimo risco” de fuga.
Durante a vigília, Flávio Bolsonaro declarou que o encontro tinha caráter “exclusivamente espiritual” e afirmou aos jornalistas que a bancada aliada no Congresso pretende articular uma proposta de anistia e a “união da direita”. O senador também qualificou como “esdrúxula” a fundamentação utilizada por Moraes para ordenar a prisão do pai.
A Procuradoria-Geral da República ainda não se manifestou sobre o pedido do PSOL.
Com informações de Direita Online