Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, detido preventivamente na manhã de sábado, 22 de novembro de 2025, afirmam que o rompimento da tornozeleira eletrônica foi utilizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes como justificativa para a ordem de prisão.
De acordo com o advogado de defesa, Paulo Cunha, o dispositivo foi imposto “apenas para humilhar” o ex-chefe do Executivo, e a narrativa de possível fuga seria o fundamento adotado para mantê-lo na sede da Polícia Federal (PF). “Ele é vigiado 24 horas por agentes federais armados”, declarou o defensor após deixar o local.
O constitucionalista André Marsiglia reforçou, em publicações na rede social X, que o dano à tornozeleira, isoladamente, não bastaria para a decretação da prisão preventiva. Segundo ele, a defesa deveria ter sido intimada antes para prestar esclarecimentos e seria necessário demonstrar risco concreto de fuga, o que não estaria presente na decisão.
Nas redes sociais, o pastor Silas Malafaia qualificou como “mentira” a ligação entre a violação do equipamento e o pedido de prisão, destacando que Bolsonaro continuou sob monitoramento mesmo após a substituição do aparelho.
Para o deputado federal Bibo Nunes (PL-RS), o ponto central do episódio é o estado psicológico do ex-presidente. “Houve um estouro emocional”, afirmou em vídeo, referindo-se ao uso de solda para danificar a tornozeleira.
O ex-vereador paulistano Fernando Holiday também se manifestou em vídeo, atribuindo a tentativa de danificar o equipamento a efeitos colaterais de remédios tomados por Bolsonaro para controlar um quadro persistente de soluços, e descartou qualquer indício de fuga.
Enquanto a defesa prepara esclarecimentos a serem enviados ao Supremo, Moraes concedeu prazo de 24 horas para manifestação oficial sobre a violação do dispositivo eletrônico.
Com informações de Gazeta do Povo