O secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, Simon Stiell, enviou em 12 de novembro uma carta ao governo brasileiro alertando para riscos de exposição elétrica no local da COP 30, em Belém, poucos dias antes do incêndio que obrigou a evacuação de um dos pavilhões nesta quinta-feira (20).
O documento, direcionado ao embaixador André Corrêa do Lago, presidente da conferência, e ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, solicitava reforço na segurança após a invasão de cerca de 150 manifestantes em 11 de novembro e relatava problemas de infraestrutura.
Calor excessivo e infiltrações
Stiell descreveu temperaturas “extremamente altas” em salas de reunião, escritórios e pavilhões, afirmando que sistemas de ar-condicionado estavam inoperantes ou ainda não instalados. Ele também relatou inundações significativas provocadas por chuvas recentes: “A água entrou pelo teto e pelas luminárias, causando potenciais riscos à segurança devido à exposição elétrica”, escreveu.
Na carta, o representante da ONU pediu reparos urgentes e impermeabilização para preservar as condições de trabalho e evitar acidentes.
Resposta do governo
No dia 13, a Casa Civil respondeu que todas as solicitações estavam sendo atendidas. Segundo a pasta, novos aparelhos de ar-condicionado foram instalados e unidades adicionais do modelo sprint foram enviadas às áreas com falhas de climatização. Sobre a água no local, o governo alegou não se tratar de alagamento, mas de goteiras pontuais decorrentes do rompimento de calhas já reparadas.
Investigação sobre o incêndio
As causas do fogo desta quinta-feira ainda estão sob investigação. O ministro do Turismo, Celso Sabino, declarou a jornalistas que o incidente – possivelmente iniciado por um celular conectado a uma tomada – “poderia acontecer em qualquer lugar do planeta” e não prejudicará a imagem da conferência.
Os trabalhos no pavilhão atingido foram suspensos, e não houve registro de feridos.
Com informações de Gazeta do Povo