A fila de solicitações de benefícios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) alcançou em outubro o maior volume já registrado: 2,86 milhões de processos pendentes. O dado, obtido entre janeiro e outubro, revela crescimento de 23% no número de novos requerimentos em comparação ao mesmo período do ano anterior, com média mensal de 1,3 milhão de pedidos.
O acúmulo contraria a promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de zerar a espera por aposentadorias, pensões e auxílios. Quando assumiu o terceiro mandato, em janeiro de 2023, a fila somava 1,23 milhão de solicitações. Já em agosto de 2025, último mês disponível no Portal da Transparência do Ministério da Previdência Social, o total havia subido para 2,63 milhões.
Antes do recorde de outubro, o pico anterior ocorrera em março de 2025, com 2,7 milhões de requerimentos. Até então, o maior patamar havia sido observado em janeiro de 2020, no governo Jair Bolsonaro, quando a espera atingiu 2 milhões de processos.
Suspensão de bônus afeta análise de benefícios
A deterioração do cenário coincide com a interrupção, em 15 de outubro, do pagamento de bônus por produtividade aos servidores responsáveis pela análise dos benefícios. O presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, comunicou a decisão ao Ministério da Previdência Social, atribuindo-a à falta de recursos orçamentários.
Com isso, foi suspenso o Programa de Gestão de Benefícios (PGB), criado para acelerar o andamento dos processos. O PGB havia substituído o Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social, encerrado em 2024, e estabelecia remuneração de R$ 68 por processo concluído para servidores e de R$ 75 por perícia realizada a médicos-peritos federais.
A paralisação do PGB travou as tarefas da fila extraordinária e bloqueou a entrada de novos processos, inclusive os agendamentos extras do Serviço Social. A medida impacta especialmente as análises do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que exigem avaliação social. No ofício, o INSS reconhece a importância do programa para reduzir o tempo de espera e afirma estar buscando recursos para retomar o pagamento “o mais breve possível”.
Com informações de Gazeta do Povo
