Mais de 30 ex-chefes de Estado e de governo da América Latina e da Espanha, reunidos no Grupo IDEA, declararam nesta segunda-feira (17) que o diplomata Edmundo González Urrutia é o presidente legítimo da Venezuela e que a ex-deputada María Corina Machado deve assumir a vice-presidência durante a transição democrática.
A decisão foi formalizada na “Declaração de Miami”, assinada ao fim de um encontro realizado em Miami. O documento sustenta que González Urrutia venceu as eleições de 28 de julho de 2024 com 67,1% dos votos válidos, percentual apurado pelo Centro Carter a partir de 25.575 atas depositadas no Banco Central do Panamá.
O texto denuncia uma “ruptura grave da ordem constitucional” sob o governo de Nicolás Maduro e descreve a atual administração como um regime ilegítimo responsável por violações sistemáticas de direitos humanos e crimes de lesa-humanidade.
Entre os signatários estão os ex-presidentes Iván Duque (Colômbia), Mauricio Macri (Argentina), Mariano Rajoy (Espanha), Julio María Sanguinetti (Uruguai) e Álvaro Uribe (Colômbia). Eles conclamaram governos do continente e organismos multilaterais a reconhecer formalmente González e Machado e a apoiar uma transição pacífica no país.
A declaração exige ainda a libertação de todos os presos políticos, o fim da repressão estatal e a investigação de denúncias de terrorismo de Estado. O grupo argumenta que essas medidas são essenciais para restaurar a democracia e aliviar a crise política, social e humanitária vivida pelos venezuelanos.
Atualmente, Edmundo González vive exilado na Espanha, enquanto María Corina Machado, Prêmio Nobel da Paz de 2025, permanece escondida em território venezuelano.
Com informações de Gazeta do Povo