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Presidente da COP-30 admite “superdificuldade” para incluir pautas indígenas e sociais no acordo climático

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O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP-30, reconheceu neste domingo, 16 de novembro de 2025, que enfrenta “uma negociação superdifícil” para incorporar reivindicações de povos indígenas e movimentos sociais nos entendimentos climáticos que reúnem 195 países na Organização das Nações Unidas (ONU).

A declaração foi feita em Belém (PA), logo após Lago receber a Carta da Cúpula dos Povos, documento produzido ao longo de dois anos por 1,1 mil organizações de 65 países. O texto, lido durante cerca de meia hora diante de milhares de pessoas no Parque da Cidade — área que abrigava o antigo aeroporto da capital paraense — apresenta 15 propostas principais, todas alinhadas a pautas históricas da esquerda.

Pressão popular x rito diplomático

Em discurso de menos de dois minutos, o diplomata afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende marcar a COP-30 pela forte presença da sociedade civil. Segundo Lago, a mobilização das ruas “fortalece de maneira incrível” a posição brasileira, mas o processo dentro da ONU exige consenso absoluto, o que, nas palavras dele, limita a adoção integral das demandas apresentadas.

“É uma negociação superdifícil”, disse, ressaltando que os obstáculos são ainda maiores em pontos considerados centrais pelo movimento indígena.

Conteúdo do documento

A carta entregue ao comando da conferência:

  • rejeita mecanismos de compensação de carbono classificados como ineficazes;
  • defende o feminismo como eixo político das decisões ambientais;
  • atribui ao capitalismo a responsabilidade pela crise climática;
  • aponta populações periféricas como as mais afetadas por eventos extremos;
  • rechaça soluções que não alterem estruturas econômicas globais.

Marcha e autoridades presentes

A entrega ocorreu um dia depois da Marcha Global pelo Clima, que reuniu cerca de 70 mil pessoas em Belém. No palco, acompanharam o ato a CEO da COP-30, Ana Toni (sem discursar), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e o secretário-geral da Presidência, Guilherme Boulos.

A edição de 2025 da Conferência do Clima acontece no Parque da Cidade, espaço onde funcionava o antigo aeroporto da capital paraense.

Com informações de Gazeta do Povo