A tensão entre o Supremo Tribunal Federal e o bolsonarismo ganhou novo capítulo em 15 de novembro de 2025. A Primeira Turma da Corte formou maioria para transformar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em réu por suposta coação à Justiça durante viagens aos Estados Unidos. Votaram pelo recebimento da denúncia os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino; Moraes citou a si próprio como uma das vítimas do caso. Em reação, o parlamentar classificou a decisão como “arbitrária”.
Enquanto o processo avança no STF, Moraes passou a enfrentar um pedido de impeachment protocolado no Senado. Paralelamente, um líder do PT na Câmara articula mudanças regimentais que poderiam acelerar eventual cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro. O ministro também manteve a prisão preventiva de um ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando “extrema periculosidade”.
Investigações cercam aliados de Lula
A Polícia Federal indiciou um ex-ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva por importunação sexual. Em outra operação, a ex-nora do presidente foi alvo de busca e apreensão. A PF ainda apura o pagamento de R$ 210 mil de um empresário investigado por fraude na área da Educação a um amigo pessoal de Lula.
Esses episódios reforçaram os trabalhos da CPMI que analisa denúncias contra a atual administração, impulsionada também pela prisão de um ex-presidente do INSS. O Planalto ainda enfrenta críticas por gastar R$ 345 mil em voo da Força Aérea Brasileira para buscar a ex-primeira-dama do Peru.
Tarifas, Selic e rombo fiscal
Nos Estados Unidos, o governo Donald Trump eliminou tarifa adicional de 10% sobre determinados produtos, mas o Brasil mantém sobretaxa de 40% sobre os mesmos itens. O Executivo brasileiro reagiu de forma cautelosa, avaliando impactos antes de anunciar possíveis contramedidas.
No front interno, economistas discutem o déficit das contas públicas. Para alguns, o debate sobre a taxa Selic — conduzido pelo Banco Central e que coloca o diretor Gabriel Galípolo sob holofotes — estaria desviando a atenção do problema fiscal.
Pressão ambiental após gesto da Colômbia
O presidente colombiano Gustavo Petro declarou sua porção da Amazônia área livre de mineração e exploração de petróleo, criando constrangimento ao Palácio do Planalto. No Brasil, lideranças indígenas pediram a suspensão de projetos de infraestrutura na região amazônica, forçando o governo a posicionar-se rapidamente sobre a pauta ambiental.
Os próximos desdobramentos dependerão das decisões no Supremo, da tramitação do pedido de impeachment no Senado e das investigações conduzidas pela Polícia Federal.
Com informações de Gazeta do Povo