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União Europeia estuda “muro de drones” para blindar espaço aéreo contra incursões russas

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A União Europeia avalia montar uma extensa rede de sensores, radares e aeronaves não tripuladas capaz de detectar e neutralizar drones russos até 2027. O projeto, apelidado de “muro de drones”, ganhou força após uma série de violações do espaço aéreo de países da Otan nos últimos meses.

A proposta foi apresentada a líderes europeus no início de outubro, em encontro de defesa realizado em Copenhague, depois que Polônia, Romênia, Dinamarca e Estônia relataram sobrevoos não autorizados atribuídos a Moscou. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já havia sugerido a criação de uma barreira antidrones na fronteira leste durante seu discurso anual sobre o estado da União.

O plano lembra o Domo de Ferro israelense e o programa Golden Dome anunciado pelos Estados Unidos. Diferentemente de uma estrutura física, a parede europeia utilizaria uma combinação de radares, bloqueadores de sinal, sensores acústicos e compartilhamento de dados em tempo real entre os 27 Estados-membros.

Neste domingo (9.nov.2025), o Reino Unido anunciou o envio de equipamentos militares à Bélgica depois que drones causaram o fechamento temporário do aeroporto de Bruxelas. O incidente intensificou a sensação de urgência entre os aliados.

“O perigo não desaparecerá mesmo com o fim da guerra na Ucrânia. É evidente que precisamos reforçar nossas defesas contra a Rússia”, afirmou no mês passado a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas.

Ucrânia como laboratório

Experiências colhidas no conflito ucraniano são consideradas cruciais para o desenho do sistema europeu. Consultores que atuam no front fornecem dados sobre a capacidade militar de Moscou, enquanto o presidente Volodymyr Zelensky destaca que o país tem ajudado vizinhos a compreender a guerra com drones — tecnologia pouco usada em combates até poucos anos atrás.

A adoção de aeronaves não tripuladas de baixo custo alterou a dinâmica da defesa aérea. Robert Tollast, pesquisador do Royal United Services Institute (RUSI), alerta para o desequilíbrio de custos: “Usar um míssil de US$ 1 milhão para derrubar um drone de US$ 10 mil não é sustentável”. Mesmo assim, autoridades europeias sinalizam disposição em elevar os gastos militares, em linha com recomendações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Além da muralha invisível, Bruxelas discute reforçar fisicamente as fronteiras orientais e desenvolver um escudo espacial, ampliando a integração entre países da UE e da Otan diante da perspectiva de novas ameaças vindas de Moscou.

Com informações de Gazeta do Povo