O senador Magno Malta (PL-ES) protocolou um requerimento para convidar o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, a prestar esclarecimentos na CPI do Crime Organizado do Senado Federal. O pedido, apresentado em 7 de novembro de 2025, inclui ainda a proposta de uma visita oficial dos parlamentares salvadorenhos ao país centro-americano para conhecer in loco as medidas de segurança que reduziram drasticamente os índices de violência locais.
Para que o depoimento ocorra, o convite precisa ser aprovado pelos integrantes da comissão e encaminhado formalmente pelo Ministério das Relações Exteriores. A participação de Bukele depende, ainda, da concordância do chefe de Estado.
Modelo de redução de homicídios
Ex-marqueteiro político, Bukele ganhou projeção internacional ao adotar políticas de tolerância zero contra facções criminosas. Em 2015, El Salvador registrava 106 homicídios por 100 mil habitantes. Dez anos depois, a taxa despencou para 1,9 por 100 mil, com 114 assassinatos contabilizados em 2024. O país, antes dominado por gangues, é atualmente apontado como um dos mais seguros da América Latina.
Foco em facções brasileiras
A CPI do Crime Organizado foi criada para examinar a estrutura, expansão e funcionamento de grupos criminosos, com ênfase nas milícias e nas facções PCC e Comando Vermelho. O colegiado é formado por 11 senadores titulares e 11 suplentes e tem prazo inicial de 120 dias para concluir os trabalhos.
A iniciativa ocorre em meio a um debate mais amplo no Congresso sobre segurança pública. Câmara e Senado vêm aprovando projetos que endurecem penas e ampliam tipos penais, enquanto o Supremo Tribunal Federal discute limites para a letalidade policial por meio da ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”.
Com informações de Gazeta do Povo
