06/11/2025 – Observações do Atacama Large Millimeter Array (ALMA) confirmaram que o cometa interestelar 3I/Atlas desviou cerca de quatro segundos de arco em ascensão reta da trajetória calculada se estivesse sob influência exclusiva da gravidade solar.
Desvio e ganho de velocidade
De acordo com astrônomos, a aproximação do objeto ao Sol provocou a sublimação de parte do gelo em seu núcleo. A ejeção contínua de água e gases reduziu a massa do cometa, gerando um leve impulso adicional que não depende da atração gravitacional – fenômeno classificado como aceleração não gravitacional.
Brilho inesperado
Em 28 de outubro, pesquisadores divulgaram no repositório ArXiv que o 3I/Atlas atingiu magnitude 9, indicando aumento súbito de luminosidade. Dados obtidos pelo Telescópio Espacial James Webb sugerem que a radiação cósmica acumulada por bilhões de anos teria alterado a superfície do corpo celeste. Evidências de enriquecimento extremo de dióxido de carbono, desgaseificação contínua de monóxido de carbono e água, além de inclinações espectrais vermelhas de 1.627% por kA, reforçam essa hipótese.
Mudanças de cor
Registros fotométricos feitos entre setembro e outubro de 2025 pelos instrumentos SECCHI HI1 e COR2 (STEREO-A), LASCO C3 (SOHO) e CCOR-1 (GOES-19) mostram o cometa exibindo tonalidades vermelha, verde e azul em momentos distintos:
- Vermelho: associado à grande quantidade de poeira liberada da superfície;
- Verde: indica presença provável de dióxido de carbono ou cianeto na coma;
- Azul: correlacionado à emissão de moléculas como cianogênio e amônia.
Especialistas ainda investigam quais gases predominam em cada etapa da viagem para compreender a composição química de corpos vindos de outros sistemas estelares.
Rota de saída
Segundo o astrônomo Marcos Calil, da Urânia Planetária, o 3I/Atlas já se afasta do Sistema Solar. O pesquisador descarta qualquer risco de colisão com a Terra e observa que a raridade de objetos interestelares reforça o interesse científico – este é apenas o terceiro identificado em trânsito pelo nosso entorno solar.
O acompanhamento deverá prosseguir enquanto o cometa permanecer observável, fornecendo novas pistas sobre a evolução de corpos formados longe do Sol.
Com informações de Gazeta do Povo