O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), protocolou na segunda-feira, 3 de junho, uma representação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a abertura de inquérito contra o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
O parlamentar acusa Castro de traição e de atentado à soberania nacional por ter enviado à Embaixada dos Estados Unidos documentos que detalham a atuação do Comando Vermelho e solicitam que a facção seja classificada pelo governo norte-americano como organização terrorista.
Segundo Lindbergh, os mesmos relatórios foram entregues à Agência Antidrogas dos EUA (DEA) durante viagem oficial do governador em maio. O petista afirma que a iniciativa ocorreu sem conhecimento do governo brasileiro.
Na representação, o deputado requer que o STF:
- solicite os documentos trocados entre o governo fluminense e autoridades norte-americanas;
- determine o afastamento preventivo de Cláudio Castro;
- acione a Abin e a Controladoria-Geral da União para preservar dados sensíveis e apurar possível vazamento de informações estratégicas.
Em vídeo publicado na rede X (antigo Twitter), Lindbergh questionou a eficácia da medida adotada por Castro no combate ao crime organizado. Para o deputado, a classificação de facções como terroristas “não muda nada, não aumenta a pena em nenhum dia” e pode abrir espaço para sanções ou intervenção estrangeira, incluindo bloqueio de ativos brasileiros no exterior.
O petista também criticou o projeto de lei antiterrorismo apresentado pela oposição, afirmando que a proposta equipara facções e terroristas e poderia “federalizar o tráfico de drogas”, transferindo aos cofres da União responsabilidades hoje atribuídas aos Estados.
Na semana anterior, Lindbergh já havia acionado o STF contra Cláudio Castro, acusando o governador de tentar interferir na operação Carbono Oculto e de proteger suspeitos ligados à refinaria Refit. Nesse pedido, o deputado solicitou a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do chefe do Executivo fluminense, além do afastamento cautelar do cargo.
Com informações de Direita Online