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Escalada na segurança pública acirra disputa entre Planalto, STF e Congresso

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A segurança pública tornou-se o principal ponto de atrito entre o governo Luiz Inácio Lula da Silva, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional. O embate ganhou força em 6 de novembro de 2025, após o ministro Alexandre de Moraes acionar a Polícia Federal para investigar lavagem de dinheiro e infiltração de facções criminosas no Rio de Janeiro.

Governo rejeita rotular facções como terrorismo

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, declarou que o Executivo “é terminantemente contra” classificar facções criminosas como organizações terroristas. A posição foi criticada por parlamentares que veem a medida como necessária para endurecer o combate ao crime.

CPI aponta baixo investimento federal em segurança

O relator de uma Comissão Parlamentar de Inquérito dedicada ao tema afirmou que o aporte da União no setor é “baixíssimo”. No Senado, o senador Fabiano Contarato considerou “infeliz” a recente fala de Lula que chamou um traficante de “vítima”.

Rio de Janeiro no centro do debate

Enquanto pesquisas indicam crescimento da aprovação do governador Cláudio Castro, o PT critica as operações policiais fluminenses, alegando excesso de confrontos, em contraste com ações federais que evitariam choques diretos.

Câmara acelera agendas econômica e de costumes

No mesmo dia, deputados aprovaram:

  • projeto que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil;
  • decreto legislativo que dificulta a realização de aborto em menores de 14 anos;
  • proposta que tipifica o tráfico de animais silvestres, sem impacto ao agronegócio;
  • tramitação de regulamentação do trabalho em aplicativos, tentativa de se antecipar a possível decisão do STF.

No Senado, a Comissão de Constituição e Justiça agendou para 12 de novembro a sabatina do subprocurador Paulo Gonet, indicado para novo mandato como procurador-geral da República.

Juros mantidos e Real Digital suspenso

O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 15% ao ano, apesar da pressão do presidente por cortes. Paralelamente, o Banco Central encerrou o projeto Drex, que previa a criação do Real Digital.

Relações exteriores: EUA e Venezuela

O chanceler Mauro Vieira anunciou reunião bilateral no Canadá com o senador norte-americano Marco Rubio. Autoridades avaliam que o apoio do ex-presidente Donald Trump ao governador Cláudio Castro pode atrasar negociações tarifárias. Na América Latina, Lula confirmou presença na Cúpula da Celac para demonstrar solidariedade à Venezuela.

Judiciário e cenário eleitoral

Partidos de oposição acionaram Tribunal de Contas da União e Procuradoria-Geral da República para investigar o uso de um barco de luxo por Lula durante a preparação da COP30. O STF também publicou acórdão que determina a retirada de conteúdos considerados antidemocráticos das redes sociais.

No front eleitoral, o PSOL anunciou que abrirá mão de candidaturas próprias em 2026 para concentrar forças contra a “extrema direita” e o “centrão”. Já Cláudio Castro sinalizou que pode disputar uma vaga no Senado.

As divergências sobre segurança pública seguirão no centro da pauta política, enquanto Congresso, Executivo e Judiciário se movem em direções distintas.

Com informações de Gazeta do Povo