Brasília — O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por unanimidade manter a taxa básica de juros em 15% ao ano nesta quarta-feira, 5 de novembro de 2025. É a quarta reunião consecutiva em que o colegiado opta por não alterar a Selic, que permanece no maior nível desde julho de 2006, quando estava em 15,25%.
Em comunicado, o Copom afirmou considerar que “a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”. O texto ressalta, contudo, que o Banco Central “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.
A diretoria destacou ainda o acompanhamento dos desdobramentos sobre a imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos contra o Brasil e dos efeitos da política fiscal doméstica. Segundo o colegiado, o ambiente é de “maior incerteza”, com expectativas de inflação desancoradas, projeções ainda elevadas, atividade econômica resiliente e pressões no mercado de trabalho.
O Copom reiterou que, para garantir a convergência da inflação em um cenário de expectativas desancoradas, é necessária “uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”. A autoridade lembrou que, apesar de recente arrefecimento na inflação cheia e em seus núcleos, os índices seguem acima da meta.
A decisão ocorre em meio à intensificação de cobranças do governo federal por uma redução dos juros. Na segunda-feira (3), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que votaria pela queda da Selic caso presidisse o Banco Central. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em 20 de outubro que o BC “vai precisar começar a baixar o juro” e prometeu uma política monetária “mais séria”.
A próxima reunião do Copom está prevista para dezembro.
Com informações de Gazeta do Povo
