O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou, nesta terça-feira (4), apoio público à pré-candidatura do irmão, Carlos Bolsonaro, ao Senado por Santa Catarina, ampliando o conflito interno do Partido Liberal no estado.
Em uma série de publicações na rede social X, Eduardo atacou a deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC), que defende a senatoria para a deputada federal Carol de Toni (PL-SC). “As declarações da deputada estadual do PL, Ana Campagnolo, são totalmente inaceitáveis. Na forma, por terem sido feitas em público. No conteúdo, por se insurgirem contra a liderança política que a projetou e, pior, por representarem uma tremenda injustiça”, escreveu o parlamentar.
Campagnolo havia cobrado do partido um posicionamento sobre a chapa ao Senado e criticado a possibilidade de apoio ao Progressistas, sigla do senador Esperidião Amin (PP-SC), que pleiteia a reeleição. “Quem vai ser MACHO de fazer uma declaração oficial e avisar o Amin que ele está fora?”, questionou a deputada nas redes sociais.
Cenário de bastidores
Nos bastidores, o PL chegou a cogitar uma “dobradinha” entre Carlos Bolsonaro e Carol de Toni, mas a coligação articulada com o Progressistas, necessária para fortalecer a campanha de reeleição do governador Jorginho Mello (PL-SC), tornou o arranjo difícil. O acordo prevê o apoio à permanência de Amin no Senado.
Carlos Bolsonaro tem repetido em eventos públicos que os “candidatos de Bolsonaro” seriam ele e Carol, deixando o senador do PP de fora da disputa. A postura alimentou o desconforto de aliados, como o ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten. “Carlos e Caroline têm votos de sobra. O governador Jorginho está tranquilamente reeleito em condições normais até o próximo ano. Por que tanto tumulto?”, publicou Wajngarten no X.
A crise ainda rendeu comentários do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que vem trocando farpas com Eduardo Bolsonaro. Sem citar nomes, Nogueira ironizou: “Nosso camisa 10 voltou!!!!”.
A disputa expõe o impasse no PL catarinense entre manter a aliança com o Progressistas ou lançar candidatura própria ao Senado, decisão que pode redefinir o palanque bolsonarista no estado em 2026.
Com informações de Gazeta do Povo