Os Estados Unidos incluíram a Nigéria na lista de “países de preocupação particular” por violações à liberdade religiosa e, um dia depois, o presidente eleito Donald Trump declarou que poderá ordenar intervenção militar caso o governo nigeriano não proteja a população cristã.
Medida anunciada em 31 de outubro
A designação foi oficializada na sexta-feira (31/10). Segundo Trump, o enquadramento “é o mínimo” diante da escalada de ataques. A partir da inclusão, a Nigéria passa a sofrer maior escrutínio internacional e pode enfrentar sanções diplomáticas e restrições econômicas.
No sábado (1/11), Trump publicou na Truth Social que o cristianismo vive “ameaça existencial” no país africano, estimando milhares de mortos. “Se atacarmos, será rápido, cruel e implacável, assim como os terroristas atacam nossos queridos cristãos”, escreveu.
Ameaça de corte de ajuda
Trump disse ter determinado a suspensão imediata de toda a assistência norte-americana à Nigéria. O republicano também orientou os deputados Riley Moore (Virgínia) e Tom Cole (Oklahoma), além de integrantes da Comissão de Orçamento da Câmara, a investigarem a situação e apresentar um relatório.
Possível operação do Pentágono
O presidente eleito informou ter solicitado ao Departamento de Defesa que prepare plano para “ação militar rápida” se os assassinatos de cristãos persistirem. Ele não detalhou prazos nem contingentes.
Dados sobre perseguição
Organizações de direitos humanos relatam cenário grave. De acordo com a Portas Abertas, mais de 4.000 cristãos foram mortos na Nigéria em 2024, e mais de 2.000 igrejas sofreram ataques ou fechamento. Milhares de fiéis permanecem deslocados devido à atuação de grupos como Boko Haram, Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP) e milícias Fulani.
Mark Walker, indicado para embaixador de Liberdade Religiosa Internacional, declarou à Fox News Digital que entre 4.000 e 8.000 cristãos podem ser mortos anualmente. Ele defendeu o uso de “todos os meios possíveis” para pressionar Abuja.
Resposta do governo nigeriano
Autoridades da Nigéria classificaram as acusações como “infundadas” e disseram que qualquer intervenção externa violaria a soberania nacional. O executivo nigeriano afirmou adotar medidas contra a violência, mas criticou o que chamou de “narrativa exagerada” sobre perseguição religiosa.
Com informações de Folha Gospel