Teerã, 3 nov. 2025 – O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou que qualquer possibilidade de cooperação com os Estados Unidos só será considerada se Washington encerrar totalmente o apoio a Israel, retirar suas bases militares do Oriente Médio e abandonar a interferência nos assuntos regionais.
O pronunciamento ocorreu nesta segunda-feira (3), durante encontro com estudantes e familiares de combatentes iranianos mortos na guerra de 12 dias travada contra Israel em junho. Segundo a imprensa estatal, Khamenei afirmou que “apenas quando os Estados Unidos cortarem todas as relações com o regime sionista, removerem suas bases da região e deixarem de intervir em seus assuntos, o pedido de cooperação poderá ser examinado”.
Mesmo diante dessas exigências, o aiatolá indicou que o diálogo não aconteceria de imediato. “Essa cooperação não ocorrerá em um futuro próximo, mas em um momento posterior”, acrescentou, a véspera do 46º aniversário da ocupação da embaixada americana em Teerã, em 1979.
Khamenei exaltou a invasão da missão diplomática – episódio em que 52 diplomatas americanos ficaram reféns por 444 dias – classificando a data como “dia de orgulho e vitória”. Segundo ele, a ação revelou “a verdadeira identidade do governo arrogante dos Estados Unidos”, descrito como “ninho de conspirações” contra a Revolução Islâmica.
No discurso, o líder iraniano criticou a política externa norte-americana e mencionou diretamente o ex-presidente Donald Trump. “A natureza arrogante dos Estados Unidos não aceita outra coisa senão a submissão, algo que todos os presidentes americanos sempre desejaram, ainda que nem todos o manifestassem claramente. O presidente atual o deixou evidente, mostrando a verdadeira essência dos Estados Unidos”, declarou.
Khamenei sustentou que o antagonismo entre Teerã e Washington é estrutural. “A diferença entre a República Islâmica e os Estados Unidos é essencial, um conflito inerente de interesses entre duas correntes opostas”, afirmou.
Com informações de Gazeta do Povo