ASSUNÇÃO – O presidente do Paraguai, Santiago Peña, assinou na noite de quinta-feira (30.out.2025) um decreto que classifica o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas internacionais.
A decisão segue medida adotada pela Argentina um dia antes, motivada pela operação policial que resultou em 121 mortes na terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. Quatro dos mortos eram policiais, e parte dos investigados conseguiu fugir, o que levou Buenos Aires e Assunção a reforçarem a vigilância nas fronteiras com o Brasil.
Regime penal mais severo
No texto do decreto, Peña argumenta que o reconhecimento dos dois grupos como terroristas “responde à necessidade de fortalecer a cooperação em matéria de segurança e justiça e impedir a expansão dessas organizações na região”. A nova classificação permitirá que integrantes do PCC e do CV sejam processados sob um regime penal mais duro, com penas elevadas e maior articulação internacional para captura e extradição.
O Paraguai já mantinha em sua lista de terrorismo entidades como Irmandade Muçulmana, Hezbollah, Guarda Revolucionária Islâmica e Cartel de los Soles. Agora, os dois principais grupos do crime organizado brasileiro passam a integrar o mesmo rol.
Ameaça à soberania
Mais cedo, o secretário permanente do Conselho de Defesa Nacional (Codena), contra-almirante Cíbar Benítez, antecipou a assinatura do decreto em coletiva de imprensa. “Há razões mais do que suficientes, porque eles não afetam apenas a vida das pessoas, mas também ameaçam nossa soberania, nosso território e invadem nossas instituições. São verdadeiras organizações terroristas”, declarou.
Os dois grupos atuam no Paraguai há anos, especialmente no tráfico internacional de drogas e armas, e já foram apontados por autoridades locais como responsáveis por episódios de violência em cidades de fronteira.
A inclusão do PCC e do Comando Vermelho como organizações terroristas entra em vigor imediatamente.
Com informações de Gazeta do Povo
