Brasília, 29 de maio – O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara, protocolou nesta quarta-feira (29) um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para abrir inquérito e determinar o afastamento cautelar do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
Na peça enviada ao STF, o parlamentar pede que o governador seja investigado por homicídio doloso com dolo eventual, corrupção passiva, prevaricação, abuso de autoridade, improbidade administrativa e crime de responsabilidade.
Operação no Alemão e Penha motiva ação
A representação foi protocolada após a megaoperação conjunta das polícias Civil e Militar nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio. A ação mobilizou cerca de 2.500 agentes e resultou de mais de um ano de apurações conduzidas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SESP), o objetivo era conter a expansão do Comando Vermelho e cumprir 100 mandados de prisão contra integrantes e lideranças da facção.
Acusações sobre a Refit e Operação Cadeia de Carbono
No mesmo documento, Lindbergh Farias também cita a Operação Cadeia de Carbono, da Receita Federal, que investiga irregularidades na importação e comercialização de combustíveis. O deputado afirma que o governo estadual teria atuado para proteger suspeitos ligados à Refit, refinaria de Manguinhos fechada em setembro por ordem judicial.
De acordo com o parlamentar, em vez de apoiar a atuação da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da Polícia Federal, a Procuradoria-Geral do Estado ingressou com ação para reabrir a refinaria. A Refit permanece interditada após a Operação Carbono Oculto, desdobramento que resultou na maior apreensão de combustíveis da história da Receita Federal: 200 milhões de litros.
Decisão do STJ mantém refinaria fechada
Ainda nesta quarta (29), o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Herman Benjamin, derrubou decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que autorizava a retomada das atividades da Refit. Com isso, a suspensão das operações segue válida enquanto prosseguem as investigações federais.
A iniciativa judicial do PT eleva a pressão sobre o governo estadual, que já enfrenta críticas pela letalidade da operação policial e agora é alvo de suspeitas de interferência em investigações sobre o setor de combustíveis.
Com informações de Direita Online