Buenos Aires, 27 out. 2025 – A expressiva vitória do partido A Liberdade Avança (LLA), do presidente argentino Javier Milei, nas eleições legislativas de domingo (26) dominou manchetes internacionais entre a noite de ontem e esta segunda-feira (27).
Com quase 41% dos votos nacionais, a legenda garantiu ao governo uma bancada maior no Congresso e afastou, por ora, o risco de bloqueio às reformas econômicas propostas pelo libertário.
Repercussão na imprensa estrangeira
O Wall Street Journal descreveu o resultado como “um novo passo rumo à revolução do livre mercado” na Argentina. Para o jornal norte-americano, o desempenho da LLA representa “tábua de salvação” para o ambicioso pacote de ajuste de Milei, respaldado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O diário ressaltou ainda que a votação superou previsões de pesquisas e oferece ao governo fôlego adicional após cortes de gastos e a recessão do ano passado.
Já o New York Times classificou o desfecho das urnas como “retumbante” e destacou que o novo equilíbrio de forças impedirá a oposição de derrubar vetos presidenciais. O jornal avaliou que a preferência dos eleitores indica apoio contínuo ao “experimento libertário” de Milei e considerou o triunfo uma vitória diplomática de Trump na tentativa de conter a influência da China na América do Sul.
O britânico The Telegraph enfatizou que as chamadas reformas da “motosserra” – marca registrada do presidente – ganharam impulso decisivo. Segundo a publicação, o pleito serviu como primeiro teste popular significativo desde a posse de Milei, há dois anos, e expôs o enfraquecimento de partidos de esquerda no país. Durante a comemoração, o presidente prometeu que o novo Congresso será “o mais reformista da história da Argentina”.
Reação dos mercados
O otimismo também se refletiu nos indicadores financeiros. Na abertura desta segunda-feira, ações de empresas argentinas listadas em Wall Street avançaram mais de 35% no pré-mercado, enquanto títulos soberanos recuperaram mais de 23% desde o início dos negócios, informou o diário argentino Clarín.
Com a nova correlação de forças, Milei ganha margem para acelerar a agenda de redução do Estado e desregulamentação econômica, contrariando investidas de setores oposicionistas para barrar suas propostas.
Com informações de Gazeta do Povo
