O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado, 25 de outubro de 2025, a aplicação de uma tarifa adicional de 10% sobre produtos do Canadá. A medida, segundo o republicano, é uma resposta a uma campanha publicitária canadense que teria distorcido declarações do ex-presidente Ronald Reagan a respeito de tarifas comerciais.
Em publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que o Canadá foi “pego em flagrante” ao usar “áudio e vídeo seletivos” de um discurso radiofônico feito por Reagan em 1987, no qual o ex-presidente defendia que o Congresso evitasse políticas protecionistas contra o Japão. “Por causa dessa séria deturpação dos fatos e ato hostil, estou aumentando a tarifa sobre o Canadá em 10% além do que eles já pagam”, escreveu.
A Fundação e Instituto Presidencial Ronald Reagan condenou o uso do material em nota divulgada na quinta-feira, 23. O órgão classificou o anúncio canadense como uma deturpação do posicionamento de Reagan, que alertava que barreiras comerciais, no longo prazo, prejudicam trabalhadores e consumidores norte-americanos.
Na mesma quinta-feira, Trump já havia ameaçado suspender as negociações tarifárias com o Canadá. O premiê de Ontário, Doug Ford, chegou a informar que a campanha seria retirada do ar na segunda-feira, 27, mas o comercial voltou a ser exibido na noite de sexta-feira, 24, durante o primeiro jogo da World Series, irritando a Casa Branca.
“Ronald Reagan amava as tarifas para fins de segurança nacional e economia, mas o Canadá disse que não”, publicou Trump, argumentando que o objetivo do anúncio seria pressionar a Corte Suprema dos EUA a intervir em disputas tarifárias.
Em julho deste ano, Washington já havia aplicado tarifas de 35% a determinados produtos canadenses e de 10% a itens do setor energético. Apesar das novas sobretaxas, cerca de 85% das exportações do Canadá para os Estados Unidos permanecem isentas dentro do acordo EUA-México-Canadá (USMCA).
Até o momento, a Casa Branca não especificou quando a nova tarifa de 10% entrará em vigor nem quais produtos serão afetados. Questionado na sexta-feira, antes de embarcar para a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia, o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, disse continuar aberto a negociações com Washington.
Com informações de Gazeta do Povo