Marshall Billingslea, ex-secretário adjunto para Financiamento do Terrorismo do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, declarou que recursos ilícitos provenientes da Venezuela foram destinados a campanhas de movimentos de esquerda em diversos países da América Latina, entre eles o Brasil.
O depoimento ocorreu em 21 de outubro, durante audiência da subcomissão do Senado norte-americano responsável pelo controle internacional de narcóticos. “É o dinheiro corrupto e sujo da Venezuela que financiou a campanha do [presidente da Colômbia, Gustavo] Petro. Eles canalizaram dinheiro para o México. Eles canalizaram dinheiro para o Brasil”, afirmou Billingslea, que integrou o primeiro governo de Donald Trump (2017-2021).
Segundo o ex-dirigente, o fluxo desses recursos estaria atrelado à permanência do governo venezuelano. “Assim que a democracia for restaurada na Venezuela, todo esse dinheiro de subversão para financiar campanhas socialistas na região vai secar”, disse, estendendo a avaliação ao apoio financeiro a Cuba e Nicarágua.
Na semana anterior ao depoimento, o portal espanhol The Objective noticiou que o ex-general venezuelano Hugo Armando “Pollo” Carvajal, chefe da inteligência militar durante o governo Hugo Chávez, coopera com autoridades dos EUA e deve apresentar documentos sobre redes de financiamento do chavismo no exterior.
Em 2021, o site Ok Diario informou que Carvajal enviou carta à Justiça espanhola alegando pagamentos ilegais dos governos de Chávez e Nicolás Maduro a partidos e políticos de esquerda na Europa e na América Latina. Entre os beneficiados estariam o atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente colombiano Gustavo Petro, além dos ex-presidentes Néstor Kirchner (Argentina) e Evo Morales (Bolívia).
À época, a assessoria de Lula negou qualquer recebimento de recursos venezuelanos, ressaltando que todas as suas contas foram examinadas sem que irregularidades fossem encontradas. Demais citados também rejeitaram as acusações.
Com informações de Gazeta do Povo