Home / Economia / Petrobras avalia reajustar combustíveis caso preços fiquem fora do padrão internacional, diz presidente

Petrobras avalia reajustar combustíveis caso preços fiquem fora do padrão internacional, diz presidente

ocrente 1761236385
Spread the love

Brasília – A Petrobras poderá alterar os valores dos combustíveis sempre que perceber que os preços internos estão muito acima ou abaixo das cotações internacionais, declarou a presidente da companhia, Magda Chambriard, em entrevista publicada nesta quarta-feira (12).

Segundo Chambriard, a estatal revisa o “preço mínimo” a cada 15 dias para evitar perda de mercado ou prejuízo financeiro. “Se o preço ficar muito acima do mercado e enxergarmos que a tendência é essa, vamos mexer. Da mesma forma, se ficar abaixo, vamos mexer também”, afirmou.

Defasagem atual

Dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) desta quinta-feira (13) indicam diferença de 1% na gasolina e 3% no diesel em relação ao mercado externo. Apesar disso, Chambriard disse não prever mudanças no curto prazo.

Impacto na inflação

Os últimos reajustes contribuíram para a inflação de fevereiro, que subiu 1,31% — maior taxa para o mês em 22 anos, segundo o IBGE. No período, o diesel aumentou 4,35%, o etanol 3,62% e a gasolina 2,78%.

Questionada sobre pressões para reduzir preços, a executiva afirmou que elas partem mais “dos jornais e do mercado” do que do governo. “No ano passado, logo que assumi, disse: esse preço não está legal. E tivemos toda a liberdade, sem nenhuma pressão, para colocar o preço no patamar que entendemos correto”, disse.

Política de preços “abrasileirada”

Chambriard reforçou que a empresa acompanha as variações externas, mas busca evitar volatilidade no mercado interno. O Conselho de Administração, composto por representantes do governo e do setor privado, revisa mensalmente o desempenho da política de preços.

Exploração na Margem Equatorial

A presidente comemorou a autorização do Ibama para a limpeza de uma sonda que será usada na Margem Equatorial, onde a Petrobras aguarda licença para perfurar um poço de testes a cerca de 570 quilômetros da foz do Rio Amazonas. “Essa sonda está furando na Bacia de Campos e vai levar dois meses para limpar o casco. Temos de garantir que não vá nenhuma espécie invasora”, comentou.

O licenciamento ambiental para a área é discutido há anos. Recentemente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que todos os estudos pedidos pelo Ibama foram entregues e que “chegou a hora de virar essa chave”. Silveira estima que a eventual exploração possa gerar mais de R$ 1 trilhão em impostos e destravar investimentos superiores a R$ 350 bilhões.

A entrevista de Magda Chambriard ocorre em meio a debates sobre a política de preços da Petrobras e as perspectivas de produção na nova fronteira exploratória.

Com informações de Gazeta do Povo