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Eduardo Bolsonaro vê possível delação de ex-general venezuelano como ameaça ao PT

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Brasília, 21 de outubro de 2025 — O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou, em transmissão ao vivo nas redes sociais, esperar que uma eventual delação do ex-chefe da inteligência venezuelana Hugo Armando Carvajal, 65 anos, comprometa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT).

Conhecido como “El Pollo”, Carvajal comandou órgãos de espionagem durante os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Ele é acusado nos Estados Unidos de narcotráfico e narcoterrorismo, foi extraditado da Espanha em 2023 e, após negar as acusações por dois anos, declarou-se culpado em junho de 2025. Segundo Bolsonaro, a mudança de posição indicaria um acordo de colaboração com autoridades norte-americanas.

Acusações antigas e investigação arquivada

Em 2021, o jornal espanhol OK Diario publicou reportagem alegando que Carvajal teria enviado carta a promotores na Espanha denunciando repasses ilegais dos governos Chávez e Maduro a partidos de esquerda, inclusive ao PT. A investigação foi arquivada por falta de provas, e a defesa de Lula negou qualquer recebimento de recursos venezuelanos.

Reação da oposição

Durante a live, Eduardo Bolsonaro sustentou que eventual colaboração de Carvajal poderia “colocar tudo a perder para o regime de Lula”. Deputados da oposição, como Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ), repetiram o argumento e citaram a Lei dos Partidos Políticos (9.096/95), que proíbe financiamento estrangeiro a legendas nacionais.

Especulações sobre o processo nos EUA

Sites e perfis de direita divulgaram que o julgamento de Carvajal teria sido adiado de 29 de outubro para 19 de novembro, interpretando a mudança como sinal de colaboração com autoridades americanas. A informação não foi confirmada por fontes independentes.

Magnitsky e críticas ao STF

Na mesma transmissão, o parlamentar — que atualmente vive nos Estados Unidos e se diz perseguido pelo Supremo Tribunal Federal — relacionou o caso Carvajal às sanções da Lei Magnitsky impostas ao ministro Alexandre de Moraes, que bloqueiam suas transações com empresas americanas.

Jornalista alega censura

Eduardo Bolsonaro também mencionou a jornalista Elisangela Machado dos Santos de Freitas, conhecida como Elisa Robson, autora de livro sobre Carvajal. Ela afirma estar exilada nos EUA após decisão judicial que teria bloqueado suas redes sociais. O STF não se pronunciou.

Até o fechamento desta matéria, o Palácio do Planalto não respondeu aos questionamentos sobre as declarações do deputado.

Com informações de Gazeta do Povo