O desarmamento completo do Hamas, condição proposta por Israel e incluída no plano de 20 pontos elaborado pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump para a Faixa de Gaza, permanece sem garantias de implementação. O documento prevê que o grupo islâmico abra mão do controle do território, aceite a retirada das forças israelenses e permita ampla presença internacional no período pós-guerra.
Segundo o texto, a retirada de armas deveria ocorrer sob supervisão externa, com locais de coleta centralizados, forças de segurança internacionais treinadas e examinadas, além da aprovação de leis que estabeleçam o princípio de “uma autoridade, uma lei, uma arma”. Também está prevista a reconstrução gradual da infraestrutura civil.
O projeto menciona ainda incentivos civis para evitar o rearmamento e o fortalecimento de controles de fronteira, principalmente na divisa Egito-Gaza, a fim de bloquear o contrabando de armamentos e aumentar a confiança da população no processo de desmilitarização.
Desradicalização sem estratégia definida
Embora a proposta fale em transformar Gaza em “zona livre de terrorismo”, ela não detalha como será conduzida a desradicalização após quase duas décadas de domínio do Hamas. Questões sociais, educacionais e culturais ligadas ao extremismo são citadas apenas de forma genérica, sem plano operacional.
Resposta do Hamas
Em comunicado divulgado em 9 de outubro, o Hamas reconheceu a possibilidade de um acordo que inclua a desmilitarização, desde que a guerra termine e as tropas israelenses se retirem. No entanto, o grupo não se comprometeu explicitamente a entregar suas armas.
Cenário incerto
Autoridades envolvidas alertam que, caso o Hamas rejeite as exigências, o plano poderá fracassar, o apoio internacional em solo gazaoui se dissolverá e Israel poderá lançar nova ofensiva terrestre. O objetivo declarado de ambas as partes é impedir que o território volte a representar ameaça aos países vizinhos, mas os mecanismos para alcançar essa meta continuam abertos.
Com informações de Pleno.News