O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu nesta segunda-feira, 20 de outubro de 2025, licença para que a Petrobras realize uma perfuração exploratória em águas profundas do Amapá, a 500 quilômetros da foz do rio Amazonas e a 175 quilômetros da costa, na margem equatorial brasileira.
Segundo a estatal, o processo de licenciamento — iniciado em leilão realizado há 12 anos — exigiu o pagamento de R$ 1,3 milhão em taxas, quitadas via Pix. A operação será iniciada de imediato e deverá durar cerca de cinco meses, com o objetivo de confirmar a existência de petróleo comercializável na região.
“Esperamos obter excelentes resultados nessa pesquisa e comprovar a existência de petróleo na porção brasileira dessa nova fronteira energética mundial”, afirmou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em nota.
Para obter o aval, a companhia precisou demonstrar capacidade de resposta a eventuais emergências ambientais durante a perfuração.
Repercussão política
A autorização ocorre em meio a pressões políticas. Aliados do governo avaliavam a possibilidade de veto presidencial, mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) — defensor da exploração na margem equatorial, situado em seu estado — vinha articulando apoio ao projeto. Em agosto de 2025, Alcolumbre classificou o avanço do processo como “uma vitória do Amapá e do Brasil”.
A exploração também é citada em conversas sobre a indicação do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal, cargo que depende de pauta do Senado. O advogado-geral da União, Jorge Messias, apontado como possível indicado, afirmou não ter recebido convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e segue no posto.
Com informações de Gazeta do Povo