O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL-RJ) anunciou que transferirá seu domicílio eleitoral para Santa Catarina até dezembro deste ano, com o objetivo de disputar uma das duas vagas ao Senado nas eleições de 2026. A declaração foi feita em 16 de outubro, durante encontro com lideranças políticas e empresariais em Chapecó, no oeste catarinense.
Nas últimas semanas, o filho 02 do ex-presidente Jair Bolsonaro percorreu diversas cidades do estado ao lado da deputada federal Caroline de Toni (PL-SC), também cotada para a corrida ao Senado. No evento, Carlos informou que renunciará ao mandato de vereador no Rio de Janeiro e pretende construir a candidatura em parceria com a parlamentar.
“Carol, nós vamos quebrar as barreiras juntos”, disse o vereador, em discurso interpretado nos bastidores como sinal de uma possível chapa “puro-sangue” do PL para as duas vagas catarinenses no Senado.
Resistências internas e impacto nas alianças
A mudança de domicílio provocou críticas de representantes do setor produtivo catarinense e gerou desconforto entre aliados, mesmo diante do forte predomínio da direita no estado. De Toni é vista como uma das principais lideranças locais do partido e conta com apoio do governador Jorginho Mello (PL), de prefeitos e de empresários.
A entrada de Carlos Bolsonaro pode adiar o projeto de De Toni ao Senado. “Se não fosse o Bolsonaro, eu não seria deputada federal… você é bem-vindo em Santa Catarina”, afirmou a congressista, indicando disposição para compor com o colega.
Possíveis arranjos
O favoritismo de dois nomes do PL preocupa legendas parceiras na base de Mello. O senador Esperidião Amin (PP-SC) tentará a reeleição e mantém boa relação com Jair Bolsonaro. Antes da prisão domiciliar, o ex-presidente manifestava preferência por uma chapa formada por um candidato do PL e Amin.
Até o início do processo de migração de Carlos Bolsonaro, o nome de De Toni era consenso no PL catarinense. Com o novo cenário, dirigentes estudam acomodar interesses: há a possibilidade de lançar De Toni como vice na tentativa de reeleição de Mello e apoiar Amin para o Senado.
Silêncio dos principais nomes
A reportagem procurou o governador Jorginho Mello e o senador Esperidião Amin para comentar as articulações, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Com informações de Gazeta do Povo