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Flávio Bolsonaro alerta para risco de “sem picanha e sem luz” após sinal vermelho da Aneel

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Brasília — 16/10/2025 — O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta quinta-feira (16) que a população pode ficar “sem picanha e sem luz”, em reação ao aviso considerado “extremamente perigoso” feito pelo diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, sobre a estabilidade do sistema elétrico brasileiro.

Durante audiência pública no Senado que discutiu a Medida Provisória 1.304/2025 — texto que limita o repasse de custos do setor ao consumidor —, Feitosa destacou um problema de “rampa” na operação: variações bruscas de potência que o Operador Nacional do Sistema (ONS) precisa equilibrar em poucos minutos.

Risco de colapso com a expansão de renováveis

Segundo o dirigente, o aumento acelerado de fontes eólicas e solares, combinado à estagnação da capacidade de armazenamento, já impõe um degrau diário de 40 GW. A projeção da Aneel é que essa diferença chegue a 53 GW em 2028 se não houver mudanças regulatórias e novos investimentos.

Feitosa comparou o volume atual ao pico de demanda de toda a Espanha e advertiu que falhas em equipamentos ou erros de coordenação poderiam derrubar o sistema. “Se no momento dessa rampa ocorrer um incidente, o sistema vai a pique”, disse.

Tarifa em alta e necessidade de baterias

O diretor também previu continuidade na escalada das contas de luz, impulsionada por subsídios embutidos na tarifa. Para enfrentar o cenário, defendeu a criação de mecanismos que estimulem armazenamento de energia. A Aneel, afirmou, já está pronta para licitar projetos de baterias caso o Ministério de Minas e Energia e o ONS identifiquem necessidade.

Reação política

Ao comentar o alerta, Flávio Bolsonaro citou a promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de garantir “picanha e cerveja” aos brasileiros. “Sem cerveja, sem picanha e sem luz!”, ironizou o senador.

A audiência reuniu ainda representantes do setor elétrico. A Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage) calculou que a chamada “Curva do Pato” — variação diária entre geração e consumo — já alcança 45 GW e pode superar 50 GW até 2029, exigindo resposta imediata de hidrelétricas no horário de pico (14h às 22h).

Com informações de Gazeta do Povo