A abertura oficial da 47ª Expointer, em Esteio (RS), transformou-se em palco de protesto de agricultores gaúchos neste fim de semana. Coroas fúnebres e balões pretos foram dispostos na pista principal do parque de exposições para denunciar, segundo os manifestantes, a lentidão dos governos federal e estadual em liberar ajuda às famílias atingidas pelas enchentes de 2024.
Reunidos antes mesmo do início da cerimônia, produtores de várias regiões do Rio Grande do Sul exibiram faixas e mensagens como “O governo estadual e federal têm sangue dos gaúchos em suas mãos”, exigindo a securitização das dívidas agrícolas acumuladas após as perdas na safra.
O ato foi organizado por Arlei Romeiro, diretor-financeiro da Associação dos Produtores e Empresários Rurais do RS. Ele afirmou que a mobilização busca pressionar por políticas públicas eficazes e pelo cumprimento das regras de crédito rural que preveem prorrogação de pagamento em caso de frustração de safra. “As instituições financeiras não seguem o Manual de Crédito Rural, agravando o endividamento no campo”, declarou.
Dados do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA) reforçam a preocupação: a taxa de suicídios em áreas rurais chega a 20,5 por 100 mil habitantes, quase o dobro da média nacional.
Sem relatos de incidentes, a cerimônia prosseguiu, mas o protesto visual dominou a atenção de autoridades e visitantes logo no primeiro dia da feira.
Com informações de Direita Online