Pelo menos 30 pastores e líderes da Igreja Zion foram presos em uma operação nacional iniciada na quinta-feira, 9 de outubro, informou a imprensa internacional. As detenções ocorreram em Pequim e nas províncias de Guangxi, Zhejiang e Shandong, configurando a mais ampla ação contra igrejas independentes desde 2018.
Entre os detidos está o fundador da congregação, pastor Ezra Jin Mingri, levado de sua residência em Beihai, no sul do país. De acordo com notificação oficial, ele é acusado de “uso ilegal de redes de informação”, crime que pode resultar em até sete anos de prisão.
Interrogatórios e confisco de equipamentos
Segundo o porta-voz da Zion, Sean Long, atualmente exilado nos Estados Unidos, cerca de 150 fiéis foram interrogados e ao menos 20 líderes seguem detidos. A revista Bitter Winter relatou que a ação foi coordenada em âmbito nacional, com mandados expedidos antecipadamente e prisões simultâneas. Policiais também apreenderam computadores, celulares e outros dispositivos usados pela igreja para cultos on-line.
Preocupação com saúde e acesso a advogados
A filha do pastor Mingri, Grace Jin Drexel, que vive em Washington, declarou ao Wall Street Journal que a família teme pela saúde do líder, portador de diabetes. Ela afirmou ainda ter sido informada de que advogados não receberam permissão para visitá-lo.
Reação internacional
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, condenou as prisões e exigiu libertação imediata dos religiosos. Ele afirmou que o Partido Comunista Chinês demonstra hostilidade a cristãos que recusam a interferência estatal em sua fé.
Igreja em expansão e resistência ao controle estatal
Fundada em 2007, a Igreja Zion reúne cerca de 5 mil fiéis em 40 cidades chinesas. O número de seguidores cresceu durante a pandemia, quando cultos virtuais passaram a atrair milhares de pessoas. A congregação se recusa a aderir ao Movimento Patriótico das Três Autonomias (TSPM), órgão que supervisiona igrejas evangélicas oficiais.
A China reconhece oficialmente cerca de 44 milhões de cristãos em organizações registradas, mas estimativas apontam a existência de outros 60 milhões que frequentam comunidades domésticas não regulamentadas, alvo de prisões, censura e intimidação.
Com informações de Gazeta do Povo