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Em Roma, Lula condena cortes sociais e pressiona países ricos por verbas contra a fome

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta segunda-feira, 13 de outubro de 2025, iniciativas de ajuste fiscal que reduzam investimentos sociais e cobrou dos países desenvolvidos o reforço de recursos para o combate à fome. As declarações foram feitas em Roma, na Itália, durante a reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e na abertura do Fórum Mundial da Alimentação.

Lula afirmou que programas de austeridade “não podem ser um fim em si mesmos” quando resultam em cortes na área social. “Os recursos disponíveis devem ser mobilizados para enfrentar os desafios reais da humanidade”, disse.

Comparação com gastos militares

O presidente citou estudo segundo o qual garantir três refeições diárias a toda a população mundial exigiria US$ 315 bilhões por ano – valor equivalente a 12% dos US$ 2,7 trilhões destinados anualmente a despesas militares. “A fome é irmã da guerra, seja travada com armas ou com tarifas e subsídios”, afirmou, mencionando que conflitos armados e barreiras protecionistas prejudicam cadeias de suprimentos e produção agrícola nos países em desenvolvimento.

Cobrança a nações ricas

Ao criticar a “falta de comprometimento” de países desenvolvidos, Lula destacou a queda de 23% na ajuda oficial ao desenvolvimento em relação ao período pré-pandemia. Segundo ele, a retração atinge principalmente nações pobres e endividadas, sobretudo na África, onde a insegurança alimentar avança.

Propostas e exemplos brasileiros

Lula defendeu mudanças no sistema financeiro internacional, com ampliação do financiamento ao desenvolvimento, redução de custos de empréstimos, aperfeiçoamento tributário e alívio da dívida dos mais pobres. O presidente apresentou programas brasileiros de transferência de renda e apoio à agricultura familiar como exemplos de políticas que tiraram o país do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Fome e clima

O chefe do Executivo relacionou fome e crise climática, citando a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para o mês seguinte em Belém (PA). Ele defendeu que a segurança alimentar seja eixo central das discussões climáticas, para que “nenhuma mulher ou homem trabalhe sem se alimentar, nenhuma criança estude com fome e nenhum agricultor fique sem crédito ou assistência técnica”.

Com informações de Gazeta do Povo