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EUA cobram libertação de pastor da Igreja Zion detido em nova ofensiva contra igrejas domésticas na China

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Washington, — O Departamento de Estado dos Estados Unidos exigiu nesta semana a libertação imediata do pastor Jin Mingri, conhecido como Ezra Jin, fundador da Igreja Zion, detido na última sexta-feira (15) em sua residência em Beihai, província de Guangxi, sul da China.

De acordo com familiares, a ação integrou uma operação mais ampla que levou à prisão ou desaparecimento de cerca de 30 líderes e fiéis da congregação em Pequim, Xangai, Shenzhen e outras cidades.

Pressão diplomática

Em nota, o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio classificou as detenções como uma “hostilidade aberta” do Partido Comunista Chinês (PCC) contra cristãos que optam por se reunir em igrejas domésticas não registradas. “Pequim deve permitir que pessoas de todas as religiões pratiquem sua fé sem medo de retaliação”, diz o texto.

Pastor sob vigilância

Jin, 56 anos, dirigia a Igreja Zion desde 2007. A congregação, uma das maiores igrejas clandestinas do país, foi fechada oficialmente em 2018 após uma incursão policial em seu templo em Pequim, levando o grupo a migrar os cultos para plataformas online. Segundo o Wall Street Journal, as transmissões virtuais chegaram a reunir até 10 mil pessoas via Zoom, YouTube e WeChat.

A família do pastor vive nos Estados Unidos. A esposa, Chunli Liu, reside na região de Washington desde 2018 com os três filhos do casal, todos cidadãos norte-americanos. A filha do líder religioso, Grace Jin Drexel, funcionária do Senado dos EUA, afirmou que o pai tentava renovar seu visto na Embaixada norte-americana em Pequim quando foi interceptado por agentes, escoltado até o aeroporto e forçado a deixar a capital.

Possíveis acusações

Sean Long, responsável pela Igreja Zion nos Estados Unidos, disse acreditar que Jin possa ser processado por “disseminar conteúdo religioso online”, infração que ganhou novas restrições em setembro, quando o governo passou a exigir que atividades religiosas ocorram apenas em plataformas registradas pelo Estado.

“Estamos nos preparando para a possibilidade de uma longa pena de prisão”, afirmou Long.

Temor de onda maior de prisões

Fiéis relatam apreensão diante da possibilidade de toda a liderança ser detida. Bob Fu, fundador da organização de direitos humanos ChinaAid, classificou a operação como “a mais extensa e coordenada” repressão a igrejas domésticas em mais de quatro décadas. Corey Jackson, da Luke Alliance, avaliou a ofensiva como a mais relevante desde 2018 e alertou para um cenário de agravamento.

Contexto religioso na China

A Constituição chinesa garante liberdade religiosa, mas o PCC reconhece apenas grupos vinculados ao Estado. Milhões de cristãos frequentam igrejas não registradas, sujeitas a constantes batidas policiais. Mesmo denominações oficiais, como o Movimento Patriótico das Três Autonomias (protestante) e a Associação Católica Patriótica Chinesa, são monitoradas e, por vezes, fechadas por descumprir diretrizes governamentais.

Com informações de Folha Gospel