WASHINGTON / TEL AVIV — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite de quarta-feira (8) que Israel e Hamas chegaram a um entendimento sobre a primeira etapa de um plano de paz para Gaza, após meses de impasse. A proposta ainda precisa ser ratificada por autoridades israelenses e envolve a libertação de todos os reféns em troca de cerca de 2.000 prisioneiros palestinos.
O Conselho de Segurança de Israel deve se reunir nesta quinta-feira (9) para votar o texto. Segundo um representante do Hamas ouvido pela AFP, a lista inclui 250 detentos condenados por terrorismo. Estimam-se 48 reféns israelenses no enclave; acredita-se que apenas 20 estejam vivos.
Retirada parcial e cronograma de 72 horas
De acordo com o canal saudita Al-Hadath, o cessar-fogo começará a contar assim que as Forças de Defesa de Israel recuarem para linhas definidas pelos mediadores. O Times of Israel afirma que Tel Aviv manterá controle sobre 53% do território até a entrega de todos os reféns.
Fontes americanas dizem que ainda não há consenso sobre a extensão desse recuo. O plano divulgado pela Casa Branca estabelece uma linha “amarela” no mapa; o Hamas exige a retirada de militares de 70% de Gaza antes da libertação dos reféns. Israel aceita deixar uma área menor.
Libertação de reféns até 13 de outubro
Em entrevista à Fox News, Trump declarou que todos os sequestrados devem ser libertados até segunda-feira (13). Negociadores relataram ao Wall Street Journal que o Hamas pediu dez dias para localizar corpos de reféns mortos, alegando não saber onde todos estão.
Após a devolução dos reféns vivos, Israel deve libertar 250 prisioneiros em suas cadeias e 1.700 palestinos detidos em Gaza durante a guerra. O Knesset votará a lista nesta quinta. Vítimas de ataques terroristas terão 24 horas para pedir à Suprema Corte a suspensão de libertações; o tribunal nunca barrou trocas anteriores.
Ajuda humanitária e mediação internacional
A proposta inclui a abertura da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, para entrada de assistência humanitária e circulação de civis. Mediadores continuam discutindo a devolução de cerca de 20 reféns mantidos há dois anos em Gaza e dos corpos de outras 28 vítimas.
Próximas etapas
Pontos centrais, como o futuro governo de transição em Gaza, o desarmamento do Hamas e o reconhecimento de um Estado palestino, permanecem sem consenso. O dirigente do Hamas Osama Hamdan disse à emissora Al-Araby que o grupo rejeita uma administração provisória liderada por Trump e pelo ex-premiê britânico Tony Blair, defendendo a participação da ONU na gestão da ajuda.
Trump avalia visitar o Oriente Médio para formalizar o cessar-fogo e espera avançar nas negociações que envolvem o desarmamento do Hamas e a criação de um governo interino — considerada a fase mais complexa de seu plano de 20 pontos.
Com informações de Gazeta do Povo
