O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou na noite desta quarta-feira (8) que Israel e o grupo Hamas aprovaram a fase inicial de um plano de paz mediado por Washington. O entendimento inclui a libertação de todos os reféns ainda retidos em Gaza e a retirada parcial das tropas israelenses até uma linha previamente definida.
Em mensagem publicada na rede Truth Social, Trump afirmou ter “muito orgulho” do avanço diplomático. Segundo o presidente, “todos os reféns serão libertados muito em breve” e Israel começará a se retirar “como primeiros passos rumo a uma paz forte, duradoura e eterna”. Ele também agradeceu a Catar, Egito e Turquia pelo papel de mediação.
Principais pontos do plano
Apresentada na semana passada, a proposta dos Estados Unidos estabelece que Gaza seja transformada em uma zona “desradicalizada e livre de terrorismo”, sem representar ameaça aos vizinhos. Após a libertação dos 48 reféns israelenses — estimativa que inclui cerca de 20 pessoas consideradas vivas —, integrantes do Hamas dispostos a entregar as armas e aceitar a coexistência pacífica receberão anistia. Aqueles que optarem por deixar o território terão passagem segura para países que se disponham a acolhê-los.
O documento prevê ainda a criação de um comitê palestino tecnocrático e apartidário para administrar os serviços públicos em Gaza durante o período de transição. Esse grupo atuará sob supervisão de um órgão internacional denominado Conselho da Paz, presidido por Trump e composto por outras lideranças, entre elas o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
O Conselho da Paz ficará responsável por estruturar e financiar a reconstrução de Gaza até que a Autoridade Palestina conclua um programa de reformas e possa reassumir o controle do enclave com segurança, conforme delineado em propostas anteriores de 2020 e em iniciativa saudita-francesa.
Resposta inicial do Hamas
Na sexta-feira (3), o Hamas declarou aceitar a troca de todos os reféns por prisioneiros palestinos e concordar com a administração de Gaza por um gabinete de tecnocratas palestinos, desde que haja consenso interno e apoio árabe e islâmico. O grupo, entretanto, não se manifestou sobre a anistia nem sobre a entrega de armamentos, ressaltando que essas questões deveriam ser tratadas em uma “estrutura nacional palestina inclusiva”.
Com informações de Gazeta do Povo