A Justiça federal da Argentina condenou nesta quarta-feira, 8 de outubro de 2025, o brasileiro Fernando Sabag Montiel, 37 anos, a dez anos de prisão pela tentativa de homicídio da ex-presidente e ex-vice-presidente Cristina Kirchner. O ataque ocorreu em 1º de setembro de 2022, em Buenos Aires.
A sentença foi lida pela juíza Sabrina Namer, que preside o Tribunal Oral en lo Criminal Federal nº 6, composto também pelos magistrados Adrián Grünberg e Ignacio Fornari. Segundo a decisão, Montiel foi considerado autor penalmente responsável por homicídio agravado pelo uso de arma de fogo, em grau de tentativa, além de porte de arma de guerra sem autorização.
Disparo falhou a poucos centímetros do alvo
O tribunal concluiu que o brasileiro agiu de forma deliberada ao apontar uma pistola carregada para o rosto de Kirchner e acionar o gatilho, que não disparou devido a uma falha mecânica. O episódio ocorreu em frente à residência da então vice-presidente, onde apoiadores se reuniam durante processo judicial contra ela por supostas irregularidades em licitações públicas.
Companheira condenada, terceiro acusado absolvido
Brenda Uliarte, companheira de Montiel à época, recebeu oito anos de prisão, considerada participante necessária no crime. Já Nicolás Carrizo, inicialmente apontado como líder do grupo e solto em 2024 por falta de provas, foi absolvido. Ao se dirigir aos juízes, Carrizo lamentou: “Os três anos que passei preso ninguém vai me devolver”.
Penas menores que as solicitadas pelo Ministério Público
Durante o julgamento, a Promotoria havia pedido 15 anos de prisão para Montiel e 14 para Uliarte. A defesa de Cristina Kirchner também solicitava 15 anos para ambos. Além da nova condenação, Montiel já cumpre quatro anos e três meses de prisão, pena imposta em maio por posse e distribuição de material de exploração sexual de menores de 13 anos.
Contexto político conturbado
O atentado ocorreu em período de forte tensão política no país. Em junho de 2025, Kirchner foi condenada a seis anos de prisão e à inabilitação perpétua para ocupar cargos públicos. A ex-presidente cumpre pena em casa e não compareceu à audiência desta quarta-feira, tampouco solicitou autorização judicial para estar presente.
Com informações de Gazeta do Povo