Jared Kushner, 44 anos, voltou ao centro das atenções ao integrar a equipe dos Estados Unidos que tenta viabilizar o plano de paz para a Faixa de Gaza proposto pelo presidente Donald Trump. O genro do chefe da Casa Branca desembarcou nesta quarta-feira (8) em Sharm el-Sheikh, Egito, ao lado do enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, para a terceira rodada de negociações indiretas entre Israel e o Hamas.
Nascido em Livingston, Nova Jersey, Kushner é judeu, casado com Ivanka Trump e pai de três filhos — Arabella Rose, Joseph Frederick e Theodore James. Sem cargo oficial no governo, ele atua como conselheiro informal desde o retorno dos republicanos ao poder em janeiro.
Arquitetura dos Acordos de Abraão
Kushner ganhou projeção internacional ao coordenar, em 15 de setembro de 2020, a assinatura dos Acordos de Abraão, que estabeleceram relações diplomáticas de Israel com Emirados Árabes Unidos e Bahrein, ampliadas depois para Marrocos e Sudão. Ele também cofundou o Instituto de Paz dos Acordos de Abraão, criado para fortalecer o pacto e atrair novos signatários — a principal aposta de Washington é a Arábia Saudita, que mantinha diálogos indiretos com Israel antes dos ataques do Hamas.
“Foi tanto um trunfo quanto uma responsabilidade. Eu disse a mim mesmo que a pior coisa que poderia acontecer era fracassar, como todos os outros já haviam fracassado”, declarou Kushner em setembro de 2022, no segundo aniversário do acordo.
Fortuna e possíveis conflitos de interesse
A presença do empresário na missão diplomática gerou questionamentos sobre eventuais conflitos de interesse. A revista Forbes noticiou no mês passado que Kushner entrou para o clube dos bilionários, com fortuna estimada em US$ 1 bilhão, resultado de investimentos, valorização de imóveis na Flórida e novos financiamentos de apoiadores do Oriente Médio. Grande parte do patrimônio veio da herança de seu pai, o incorporador Charles Kushner.
Encontros na Casa Branca e avanço das tratativas
De acordo com a CNN, o genro de Trump participou de reuniões na Casa Branca nos últimos meses para discutir o futuro de Gaza após o conflito e esteve presente no encontro em que o presidente americano apresentou o plano de paz ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Em Sharm el-Sheikh, as conversas buscam finalizar os termos do cessar-fogo e da libertação de reféns. Uma fonte disse ao Canal 12 de Israel que Witkoff e Kushner não pretendem sair do Egito sem um documento assinado.
As negociações prosseguem sem data oficial para encerramento.
Com informações de Gazeta do Povo
