O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), pediu nesta terça-feira (6) que o Senado conduza “com responsabilidade” a análise do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. O apelo foi feito poucas horas depois de o senador Renan Calheiros (MDB-AL) ser confirmado como relator da matéria na Casa.
Nas redes sociais, Lira destacou que o texto aprovado na Câmara “foi construído com muito trabalho e diálogo, inclusive com o governo, e aprovado por unanimidade”. Ele acrescentou: “Que não se faça politicagem com um assunto tão relevante”.
Ao assumir a relatoria, Renan declarou que pretende concluir a tramitação em até 30 dias — bem menos, segundo ele, que os sete meses consumidos na Câmara. “O que tiver que ser modificado, será modificado”, avisou o senador, ressalvando, porém, que trabalhará para manter o projeto sem alterações.
Os dois parlamentares, adversários históricos em Alagoas, devem medir forças nas eleições de 2026, quando haverá duas vagas ao Senado pelo estado. Renan buscará a reeleição; Lira é cotado para disputar um dos assentos.
Troca de farpas
Renan criticou a condução do tema na Câmara, afirmando que a proposta “serviu como instrumento de chantagem e pressão contra o governo”. O emedebista citou episódios como a votação da PEC da Imunidade, posteriormente rejeitada no Senado, e a pressão pela anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a investigados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, presidida por Renan, já havia aprovado em 24 de setembro um projeto que prevê a mesma faixa de isenção. O texto, parado desde 2021, foi retomado como reação à demora na Câmara.
Uma semana depois, Lira levou ao plenário seu substitutivo, que rejeitou a maior parte das emendas da oposição. A proposta foi aprovada por 493 votos a 0, resultado raro para iniciativas do governo federal.
Se o Senado alterar o conteúdo, o projeto retornará à Câmara para nova apreciação.
Com informações de Gazeta do Povo