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Estado Islâmico decapita mais de 30 cristãos e queima igrejas no norte de Moçambique

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Mais de 30 cristãos foram mortos em uma série de ataques reivindicados pelo Estado Islâmico da Província de Moçambique (ISMP) nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, norte do país. Imagens divulgadas pelos extremistas nesta semana mostram decapitações, execuções por tiro à queima-roupa e incêndios a casas e templos.

Sequência de ataques

Na última quinta-feira, 28 de setembro, dois cristãos foram decapitados em Chiure-Velho, distrito de Chiure. No dia seguinte, militantes invadiram a aldeia de Nacocha, no mesmo distrito, matando um cristão a tiros e destruindo duas igrejas. Ainda na sexta-feira, a aldeia de Nacussa teve mais duas igrejas incendiadas.

No domingo (1º), combatentes do ISMP entraram na cidade de Macomia, mataram quatro cristãos e saquearam pertences de moradores antes de se retirarem. Já na segunda-feira, outro cristão foi decapitado no distrito de Macomia.

Na terça-feira, o grupo atacou a aldeia de Nakioto, distrito de Mimba, província de Nampula, incendiando mais de 100 casas de cristãos e uma igreja. Em Minhanha, distrito vizinho de Memba, outra igreja e dez residências foram destruídas.

Relatos de moradores

O Defense Post ouviu moradores que descreveram a ação de homens armados por volta das 20h, resultando em quatro mortos e quatro sequestrados, entre eles uma mulher e duas filhas. Outro residente contou que um jovem foi morto por se recusar a entregar os pertences do pai.

Deslocamentos em massa e apoio internacional

Os recentes episódios de violência forçaram a fuga de pelo menos 50 mil pessoas somente em Chiure, segundo a atualização mais recente da organização ACLED. A ONU calcula mais de 1 milhão de deslocados no norte do país desde 2017, motivados por ataques, seca prolongada e eventos climáticos extremos.

Diante da escalada, Moçambique e Ruanda assinaram em 27 de agosto, em Kigali, acordo para ampliar o envio de tropas ruandesas a Cabo Delgado. As forças de Ruanda estão na região desde julho de 2021 em operações de contrainsurgência.

Balanço do conflito

Dados do ACLED indicam que o ISMP realizou ações em seis distritos de Cabo Delgado apenas em setembro, de Balama a Mocímboa da Praia. Desde 2017, a insurgência já deixou pelo menos 6.200 mortos. O projeto de gás natural de US$ 20 bilhões da TotalEnergies, em Palma, segue paralisado após ataque em 2021 que resultou em mais de 800 vítimas.

Organizações humanitárias também sofrem impacto. Os Médicos Sem Fronteiras suspenderam atividades em Mocímboa da Praia e acionaram resposta de emergência para deslocados em Chiure. A agência de migração da ONU registrou mais de 46 mil deslocados em apenas oito dias no fim de julho, 60% crianças.

Com informações de Folha Gospel